EM BUSCA DO PARAÍSO PERDIDO
Uma jornada incrível de vivências, degustei;
Em estradas de sonhos inspiradores, percorri;
E ao evocar uma vastidão de memórias,
Saudades arrebatadoras eu senti!
E, então, descobri o fim, a evanescência
E o esgotamento de todas as coisas.
Mas, mesmo assim, nada foi em vão:
Encontrei pelo caminho da aventurança
Belas jóias de alegria, de ternura e de amor
Quando estive ao lado da mais bela flor
Regada pelo orvalho da esperança.
Os caminhos que trilhamos
Estão confusos e cheios de sinuosidades:
Sem luz espiritual onde encontrarmos
A resposta para nossas inquietações?
Ao mergulhar nas águas da renovação
Para superar os constantes desfalecimentos,
Encontro milagres, sinais e maravilhas
Que indicam as belas fontes de águas vivas;
São constelações de sabedoria
Que estão a espreita
De nossos incertos passos...
Tantas manifestações preludiam o despontar
De um perene paraiso para a alma se fortificar.
O mundo parece carecer de fundamento:
Nas metrópoles fervilha a pressa e inquietude.
Todo esse caos que se inflama diariamente
Tenta convencer sobre a vanidade do nosso viver;
Os dias, consumidos pela decadência,
São maus e hediondamente sombrios:
Pois o medo e a dor; o o sofrimento e a agonia
Intentam incessantemente devorar
O nascimento da esperança e o sonho de amar.
Ao embalo dos dissabores e das frustrações,
E em meio a tantos escombros e ruínas,
A luta se torna questão de honra e de valor,
Especialmente para quem ainda sente a coragem
Imperiosa de um herói incrivelmente inspirado
Frente a desoladora realidade do incurável.
Mas quem está disposto a fertilizar
A terra e os solos da alma,
Para que as sementes ali depositadas
Possam florescer um novo folego de vida?
Embora distante do paraíso mais glorioso,
Da pátria eternal da bem-aventurança,
Em lágrimas seguro o candeeiro da esperança
Na busca de um oásis, de um lar,
Para que minha alma possa descansar!
E apesar da distância que me separou
Do paraíso que um dia se perdeu de mim,
Quis divagar sem temor no reino
Das intuições e percepções mais marcantes;
Enquanto isso, tais revelações se tornavam
Significativas para o fortalecimento do meu ser.
Erguendo-me com asas feridas,
Num processo longo de fortalecimento,
Ensaio pequenos voos pelos ares;
Até que possa um dia alcançar
A atmosfera das inspirações
Mais sublimes, verdadeiras e resplandecentes.
E no triste exilio da inocência perdida
Aspirei, ao paraíso da serenidade, um dia retornar.
Pois nos longos nevoeiros da vida
É que despertei o dom para, nas alturas, triunfar!
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 04/11/2016
Alterado em 13/04/2020