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AS GUERRAS DE TODOS OS DIAS
1-
Todos os dias o mal é pago com o mal, Fomentando divisões por todas as direções. Ao instituir fronteiras e barreiras, Uma grande miséria é germinada Na consciência apodrecida Dos extraviados espirituais, Todos eles cruelmente cingidos Pelo fardo pesado e sombrio da morte. Todos os dias o ódio domina As ruas acinzentadas das cidades, Declarando guerra aos justos sem pátria, Bem como aos homens íntegros de coração (Homens que se recusam em beber na fonte Das águas entorpecidas da alienação, Enquanto se libertam Do saber lascivo dos falsos mestres). Todos os dias as opressões Poluem os ares salutares da virtude humana E os rios calmos da serenidade São inundados pela correnteza Do descaso e da maldade. Ninguém fala a mesma língua: A confusão na Babilônia moderna É uma realidade friamente anunciada! Todos os dias uma nova mentira é contada Com palavras que seduzem Em tons de blasfêmia e de covardia Na ânsia de calar e de prender Os que ainda, sem medo de sofrer, Almejam corajosamente Tornarem-se sábios e benevolentes. Todos os dias o caos Estremece a paz do mundo, Ao mesmo tempo em que multidões São silenciadas ao embalo insinuante Da estupidez que as entretém, Desfazendo a harmonia e a concórdia Em tantos elos e vínculos humanos; E esquartejando as relações Inevitavelmente dopadas e afligidas Pelo cântico sedutor do engano. 2- É guerra todos os dias! Há guerras sem trégua Nos subúrbios, nos lares e nas almas; Há guerras no intimo dos enfermos espirituais Feridos por uma agonia de morte. Há guerras entre os povos E entre centenas de nações beligerantes. Os soldados da discórdia De antemão já decidiram Viver sem acordos de paz; E hoje se mantêm afligidos Por conflitos hediondos Que nunca mais quiseram silenciar. Enquanto isso, se proliferam de refugiados Sobre os cantos mais remotos e esquecidos. Mas também há guerras insolúveis Entre os jovens feridos Pelo aguilhão do vazio e do tédio; Há guerras que vem desde o berço E crescem no íntimo das crianças. Há guerras exaustivas entre partidos E nos corações já partidos; Por fim, há guerras sem inimigos reais: Velhas fantasmagorias germinadoras do medo! Há conflitos que têm plantado Ondas impetuosas de rebeldia E sensações de angústias profundas Na alma dos amedrontados... Há tantas gritarias insólitas! Gritos capazes de aniquilarem Toda a alegria de viver E a delicada colheita da esperança. 3- É guerra todos os dias! Seja nas ruas das grandes cidades, Fervilhando de tumulto e de caos Ao embalo das ruínas infernais; Seja na ânsia desenfreada de poder Que faz com que irmãos Se tornem entre si inimigos ferozes e mortais; Seja, ainda, na natureza Repleta dos mais ferozes combates Entre exuberantes viventes Afligidos pelas angústias da vontade. O mundo explode de revoluções, Num clarão ofuscante e estarrecedor; E uma vastidão de seres humanos Em seus cantos ermos, Entoam gritos, preces e clamores. Tais vozes avolumam-se como neblinas Ao sabor amargo das incertezas E de uma revolta recém germinada. Infelizmente, é guerra em cima de guerra! Infelizmente, vivemos na era Das guerras nucleares, Das guerras de longa distância, Das guerras mais estranhas e silenciosas... Hoje todas as guerras do mundo Já estão declaradas antes mesmo de começar Pelos inimigos da esperança e do amor! Hoje todas as guerras do mundo Já estão de antemão financiadas Pelos inimigos de Deus e do próximo! 4- Para haver sabedoria Frente a total falta de discernimento; Para haver triunfo Sobre tantos vícios Inflamados e aguerridos de malícias, Só a redenção do homem através do amor, Só a redenção do homem Pela via exclusiva da santidade (Vivendo uma vida que aspira A liberdade de ser e de amar!), Poderá, enfim, unificá-lo e apascentá-lo Das cisões mais sangrentas e bestiais Nos labirintos mais recônditos de sua alma.
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 06/11/2016
Alterado em 01/07/2019 Copyright © 2016. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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