1-REVELAÇÃO
As pedras desabaram apruptamente
Como um rio turvo e violento,
E os muros mais altivos
Ruíram repentinamente
Aos clamores da verdade anunciada...

Toda natureza estremeceu
Com tantas manifestações e sinais;
Eles reverberaram como vagas:
Anunciando a chegada de um grande dia.

Intempestivamente, tal acontecimento abalou
Toda a soberba dos megalomaníacos
E, também, a superestima dos mais orgulhosos.
Repentinamente, se elevou em ascensão a Igreja
Como uma águia nos cumes da graça.
A formosa Igreja, prudente e humildemente,
Até o fim permaneceu fiel
Na espera do seu esposo
Com reverência e uma gratidão infinda.

Uma candeia resplandeceu e,
Como um clarão inesperado e veemente,
Ofuscou as densas trevas, afugentando-as;
Sua esplêndida luz se descortinou
No íntimo dos que clamam de dia e de noite,
Anunciando a beleza sempiterna
Da bem-aventurança sobre tais vidas semeada.

Tudo o que foi prometido se consumou
E a glória incendiou os confins da terra
Com o som de excelsos cânticos
Entonados ao sabor da supremacia da graça.
Tamanha vibração é a manifestação
Da liberdade conquistada e vislumbrada
No ser de todos os que transcenderam a morte.

Pois a vida triunfou sobre a morte e a miséria,
E, depois, não foi mais encontrado
Os grilhões que prendiam e submetiam
Os esperançosos, os contritos, os mansos,
Os humildes e os honestos
Nas regiões mais escuras e áridas.
Dorovante, não existem mais cadeados,
Nem algemas e nem masmorras...
E a tão almejada liberdade
É entoada por todas as direções!

2-PROMESSA DE VIDA ETERNA
O sol se discortina no horizonte,
Germinando vida em abundância;
E o que buscava dividir os irmãos em comunhão,
O que buscava arruinar laços duradouros,
Foi aniquilado para todo sempre!

''A morte foi tragada pela vitória.
Onde está, ó morte, a tua vitória?
Onde está, ó morte, o teu aguilhão?''
Assim entoarão tal cântico
Todos os que esperam, pacientemente,
Pela alvorada de uma vida renovada.
Assim entoarão tal cântico
Todos aqueles que sonham
Com a promessa de uma vida sempiterna,
Uma vida gloriosa, ressurreta e incorruptível
Ao lado do príncipe supremo da paz.

3-ESPERANÇA
Todos se unirão e todos se saciarão...
E, enfim, todas as lágrimas serão enxugadas.
Mas também chegará o dia em todos os joelhos se dobrarão:
Reconhecerão que não há relatividade,
Mas apenas uma direção, um única senda,
Enfim: uma verdade suprema
Para que todos possam repousar...
E se sentirem tão profundamente consolados!
O grande dia para a redenção não tarda
E um inaudito sinal resplandecerá nas nuvens
Aos olhos de multidões incomensuráveis!

Felizmente, todas as divisões, todos os templos,
Todas as fronteiras, todos os principados,
Todas as potestades, todos os controladores
E todos os domínios e religiões
Indevidamente proclamados,
Serão consumidos pelo amor,
Pela benevolência e pela comiseração infinita
Do único que detém o cetro da justiça!
E, assim, nunca mais se encontrará
Tamanha abominação,
E, tampouco, as sementes da desolação
Que um dia infestaram os quatro cantos da terra.