Apesar de tantas dores
E da maldade que se espalha
Pelo mundo repleto de injustiças;
Apesar dos enganos e da hipocrisia
Mais hedionda que brota
Do coração desses homens orgulhosos,
Nunca deixes de cantar,
E muito menos de viver
Para te lamentares pelo que poderia ser feito...

Com todo o direito,
Espero que tu nunca deixes de sonhar...
E nos dias inesperados
Uma providência de renovo e glória
Serão semeados
Para a tua alma que jaz inquieta.

Espero que tu acredites
Simplesmente sobre a possibilidade
De que as portas
Da redenção sejam abertas.
Um dia, uma luz no teu caminho
Virá quando o alvorecer
De um novo dia surgir repentinamente!

Apesar dessa miséria moral
E de tamanha corrupção
Disseminada por todas as direções,
Apesar dos aviltamentos
E das ferozes opressões,
Nunca deixes de ter esperança
E de sonhar com dias melhores
Ao lado das pessoas
Que tu sinceramente amas.

Apesar das doenças
Que germinam dia após dia,
E desse sofrimento espalhado pelo mundo,
Nunca deixes de amar
E de semear no coração
Dos desamparados
Toda a caridade e amor
Que promanam de jesus Cristo!

Há jóias raras que resplandecem
No meio de um vasto deserto...
Mas com o tempo serão desenterradas
E prevalecerão sob grande exaltação!

As muralhas parecem
Ser altivas demais;
E Hoje tu olhas para um
Rio congelado que deixou
De fluir seu curso a muito tempo;
Enfim, o que deixou de ser
Parece não mais voltar
Como deveria ser ou estar...

Até que ponto
As fatalidades da vida
Irão prevalecer?
Até quando as injustiças
Se orgulharão
De suas concupiscências?
Até quando as ciladas do engano
Irão fomentar divisões e discordâncias?

Mas apesar de tantas lutas,
Os justos alegrar-se-ão
No dia em que o altíssimo
Vir com grande justiça e esplendor
Na vida dos que esperam
Com fervor de alma.

Somente a verdade é que nos há libertar...
Essa suprema verdade tão semeada por Deus
No íntimo dos homens humildes e contritos!
Somente a verdade
Pode alimentar a fome dos que clamam,
E saciar a sede dos anseiam
Por justiça eternal...

Por isso, nunca deixes de clamar
Por gloriosa justiça,
E tampouco de confiar
No Deus que te livrou
Da escravidão e das angústias;
Pois, embora haja lágrimas
Nesse mundo decaído,
Desfrutas sempre o privilégio
De contemplares a grande luz
Que resplandece sobre o teu caminho!

Um dia tu chegarás no cume
Onde poucos conseguiram alcançar;
Pois não desististe de viver
Da graça que está em ti...
E, admiravelmente,
Tu Recusaste em se vender
Aos apelos mais miseráveis e mesquinhos
Desse sistema social apodrecido
Pelas chagas mais enraizadas do engano.

O teu choro de desespero
E as tuas lágrimas de tristeza
Certamente podem
Durar uma noite inteira;
Mas é a alegria e a esperança
Que renascerão na tua vida
Como a luz do amanhecer
Refulgindo de consolo divinal.