APRENDIZADO PELAS EXPERIÊNCIAS
A melhor maneira de extrairmos grandes aprendizados é prestarmos atenção cuidadosa em nossas experiências de vida, tendo consciência de que somente nós mesmos podemos desvelar os mistérios que se evolumam em nosso ser.
Se pararmos para entender nossas complexidades; os nossos comportamentos diante do outro; e os paradoxos presentes em algumas de nossas motivações e condutas; e se pararmos para refletir sobre os significados que orientam nossas ações cotidianas, conseguiremos ser até mais compreensíveis com as pessoas que mantemos relações. E, conforme nos adornamos de sabedoria prática, mais autocríticos seremos no que diz respieito aos apelos de outrem, e as possibilidades de escolha com as quais nos defrontamos em momentos de impasse, em momentos que requerem de nós uma sábia decisão.
Para dizer a verdade, compreender as experiências daqueles que criamos vínculos duradouros também é indispensável para o nosso desenvolvimento e aprimoramento pessoal, além de ser extremamente saudável para a existência de um diálogo fraterno e amistoso, um diálogo no qual só se frutifica mediante a honestidade que cresce na (con)vivência diária entre duas pessoas.
Nunca podemos esperar uma mudança nas pessoas e na sociedade, se não nos esforçarmos para transformarmos nossas vidas, mudando tudo aquilo que dificulta nosso desenvolvimento psicológio e cognitivo; mas sobretudo transmutando nossa vida espiritual em busca de plenitude. Mas tal mundança só tem sentido quando nos tornamos conscientes de nossas motivações e de nossa missão no mundo em que estamos lançados.
Portanto, ao invés de pensarmos numa revolução social, uma revolução motivada por uma sede de poder e de domínio ideológico, é necessário que almejemos a realização de uma revolução em nosso interior e em nosso caráter, em seguida priorizando a importância de nos aventurarmos nas relações intersubjetivas; nos alegrando, ao mesmo tempo, com o simples fato de estarmos vivos e com um potencial para edificar a vida de quem mantemos laços afetivos.
Tendo consciência de que somos livres para a partilha de nossas histórias mais enriquecedoras,ao mesmo tempo ouvindo o que o outro tem a exprimir na sua fala, somos motivados a refletir e a meditar sobre as relações que permeiam nossas vidas em nossa cotidianeidade.
Considerando o tempo que determina a duração de todas as coisas, é imprescindível que tenhamos entendimento acerca de nossa contínua mudança psicológica e física num mundo em transformação e em permanente fluidez, pois é pela consciência da transitoriedade de nossa existência, além do discernimento quanto aos caminhos ou possibilidades que se discortinam, que podemos ser livres para transcender as muralhas de nossa condição.
E, ao invés de pensarmos que há uma fatalidade que nos move ou um destino inexorável que nos determina poderosamente, agirmos de manneira que torne possível nossa liberdade num mundo repleto de adversidades, ou seja, nos responsabilizando pelas nossas ações e pela nossa história de vida.
A narrativa de nossas experiências mais abissais é o testemunho de uma vida em permanente aprendizado; é também um desvelamento, sendo discortinado somente no diálogo entre pessoas intensamente envolvidas entre si, pessoas empenhadas e comprometidas na partilha de ideias e experiências significativas (Tal partilha sendo possível através da reciprocidade e da alteridade).
Pois a vida, longe de ser um ocaso ou um acidente, é uma dádiva que traz a possibilidade de nos elevarmos em sabedoria quando buscamos interagir harmoniosamente não só com as pessoas pelas quais amamos e conhecemos, mas com todos os seres em que nos aproximamos ao longo da vida, especialmente Deus, a quem sentimos e devotamos amor e profunda reverência.
À medida que nos tornamos sensíveis a voz de Deus em nossos corações, e á medida que interagimos com o ser supremo com reverência, retidão e humildade, somos tomados pela virtude que promana de sua infinita sabedoria, estando em condições de amar o próximo como a si mesmo, em vez de ser um mero objeto passível de manipulação e coerção.
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 21/11/2016
Alterado em 23/11/2017