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NAS ASAS DO ABSOLUTO
1-
Há dias de grande tormenta para a alma; Mas, em compensação, Há dias em que uma doce placidez Sobre ela incide imensamente... Pois os horizontes escurecidos do firmamento Aos poucos deixam infiltrar a luz, Abrindo uma formosa clareira sobre as nuvens Fantasmagóricas e assombrosamente turvas... Há dias em que a vida se desbota E, entre suspiros, contempla o seu inverno, Tal como flores murchas, lânguidas e mortas; Mas, felizmente, há dias em que um sorriso E um melodioso regozijo florescem Ao resplendor do sol e ao mumúreo Das fontes de águas límpidas Sobre toda a natureza recém-renovada... As fragrâncias da paz prevalecem, Reinando em absoluto E de forma duradoura No coração de todos Aqueles que praticam a justiça; Uma paz que só prevalece na alma Quando esta é iluminada Pela luz soberana da eternidade. 2- Diante dos naufrágios Ficamos inevitavelmente oprimidos, E, então, silenciamos o nosso grito; Mas na ascensão reverberamos A nossa voz de entusiasmo, Voz que é munida De tonalidade altissonante Quando ansiamos entoar Um clamor infindável... Há dias de incertezas e de grande escuridão; Mas há momentos em que contemplamos Uma certeza íntima a prevalecer, Uma certeza insólita Que irradia sua soberania Sobre a alma repleta de unção... Vivenciamos transformações, Transmutações repentinas Que resvalam até o âmago do ser, Pois a ânsia pela eternidade Prevalece no coração dos homens contritos, Principalmente os que nunca se aquietaram Só com a possibilidade da transitoriedade da vida... Há noites mais claras que os dias E há dias tão soturnos quanto às noites... Porém o raiar de um novo dia Não tarda a aparecer: Vem revestido de imensa luz Sobre a vastidão de um universo sombrio. 3- E, assim, todas as lágrimas serão enxugadas, Até que todas as dores e sofrimentos Sejam esmagados pelo amor que vence Os paradoxos e incertezas da vida! Quem pode sabiamente viver Verdadeira fartura espiritual Senão aquele que contempla Toda a imensidão do universo Com temor e tremor? Quem pode sabiamente viver Verdadeira glória E alegria na alma Senão aquele que anseia por justiça E clama por consolo eterno Obtido no cálice transbordante De misericórdia, amor e boas novas? Nas asas do absoluto É que alçamos um voo pelo vasto, Pairando inclusive sobre mares calmos... As águias voam e vislumbram o infinito, Assim é aquele que vive Nos braços do altíssimo: Eterna fonte de redenção!
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 30/11/2016
Alterado em 25/03/2018 Copyright © 2016. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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