Estamos a caminho de uma sociedade onde as pessoas sentirão prazer em serem escravizadas e dominadas por um sistema perverso e usurpador, de tal modo que terão que colher o frutos de sua própria depravação, se afogando em suas próprias concupiscências.

É perceptível o fenômeno do vazio existencial subjugando inexoravelmente a existência de inúmeras pessoas sem compaixão e humanidade; vivendo as mesmas, por outro lado, intimamente dominadas pela ganância e pelo orgulho; pela vaidade e por tantos outros vícios a devastarem a alma. Como consequência, muitos se mantém num circulo vicioso infindável que, por sua vez, gera uma insaciabilidade incontrolável.

Pois vivemos numa época em que a sinceridade está em baixa e a verdade nunca é levada a sério. Vivemos, também, numa era em que a solidariedade mútua, a justiça entre os homens e o amor ao próximo geram escândalo e espanto em grande parte das pessoas, ao invés de serem vistos como práticas ou ações humanas perfeitamente compreensíveis e dignas de respeito e admiração. Por serem, de fato, raras essas manifestações em nosso meio, acabam ofuscando os indivíduos mais opacos e vazios, principalmente quando encontram pessoas que resplandecem a luz de Cristo para o contexto em que se situam.

Aldous Huxley e George Orwell (escritores de livros memoráveis e criadores de distopias tenebrosas, como Admirável mundo novo; e 1984) não fizeram mais do que constatarem em suas obras-primas a tendência de grande parte dos homens a viverem como escravos, ao invés de serem livres, tanto psicológica, quanto espiritualmente. Descreveram a propensão de muitos em aceitarem a submissão voluntária e resignada a um sistema desumano e opressivo, em vez de serem reflexivos, tendo entendimento pleno da própria existência e da condição em que foram submetidos.

Tais escritores anteviram um mundo dominado pela tirania, pela ditadura e pelo facismo, suprimindo a liberdade das massas através de um aparato de vigilância e opressão altamente controlador.

Infelizmente, existem pessoas que se abdicaram de refletir e de se munir de amplo discernimento para viverem em prol de uma mentira contada inúmeras vezes; portanto, dando total autoridade para os tiranos tomarem controle de suas vidas enquanto se deixam dominar por uma falácia sutil, que consiste numa convincente aparência de verdade absoluta.

Como poucos conseguem perceber a perversidade que sai de um discurso, se tornam facilmente seduzidos e suscetíveis a corrupção, dando ampla autoridade para que a morte semeie ervas daninhas em suas consciências atrofiadas pelo engano.

Se houve discursos filosóficos utilizados para todo o tipo de torpezas, inclusive sendo capaz de transformar tiranos em juízes, como bem disse Camus, um pensador que vive entre inúmeras guerras, o que diremos dos discursos em nome da religião, que ano após ano destroem inúmeras vidas sem qualquer entendimento a respeito do que é vida espiritual e intimidade com Deus?

Pois é evidente que em meio a uma multidão de pessoas com suas crenças, paixões e superstições, estão presentes pessoas que se aproveitam da ingenuidade de alguns para enriquecerem às suas custas.

Quantos no meio religioso não se disfarçaram em ministros de justiça para alcançarem objetivos tão perversos? Quantos não tem ensinado às multidões de pessoas desnorteadas aqueles ensinamentos diluídos com malícias, bem como falsificações, sutilezas pecaminosas e ideias depravadas que são tão contrárias ao verdadeiro evangelho de Cristo?

Se a filosofia, a psicologia e as demais ciências sociais, com seus saberes e conhecimentos, têm algo a dizer sobre o contexto social em que vivemos, podendo nos enriquecer de sabedoria e capacidade para entender o mundo em que estamos lançados, a Bíblia sagrada (um livro tão inspirado por Deus!) seguramente pode não só nos dizer quem é nosso redentor e guia SUPREMO, mas também nos apontar quem são os falsos profetas que perambulam, como verdadeiros anticristos, por nossa sociedade, os quais ficam a espreita de quem possam arruinar espiritualmente.

Nada mais justo, portanto, do que sermos sábios para não sermos ludibriados por promessas frívolas e apelos sedutores. E como está escrito em 2 Pedro, que alerta e ensina o povo de Deus com uma sabedoria vinda dos céus: ''1-E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição; 2-E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.(2 Pedro 2:1,2)