A única condição para demonstrarmos a verdade emanada do amor é estar disponível por inteiro para esse sentimento; do contrário, nos iludiremos acreditando que ele existe numa relação em que o respeito e a sinceridade se tornaram extintos por falta de diálogo permanente.

Estar disponível integralmente para um relacionamento amoroso, levando adiante uma relação que envolve os mais nobres e elevados sentimentos, como carinho, respeito, compaixão, solidariedade e desejo, pressupõe que haja muita coragem e firmeza de vontade.

Manifestar atitudes firmes e corajosas são, sem duvidas, imprescindíveis num vínculo amoroso; atitudes essas que fazem muita diferença para não nos deixarmos arrastar na correnteza do discurso hipócrita dos vazios de espírito, de pessoas que mais nos desviam do caminho de um projeto existencial autêntico, ao invés de nos aproximar da senda da verdade pessoal que advém do amor, além, é claro, de tudo o que nos faz lembrar desse profunda fortaleza.

Agora imagine um indivíduo desprovido de qualquer sentimento em profundidade e sem qualquer abertura para uma co-existência saudável e benfazeja! Uma pessoa cheia de crueldade e indiferença pela vida, é capaz de por a perder todo e qualquer resquício de harmonia nas relações humanas, causando um verdadeiro estrago onde quer passe.

A sociedade, sem dúvida, acaba aos poucos sucumbindo a repressão por conta das atitudes de pessoas que agem como se fossem donas de outras pessoas, ou então, como se fossem carrascas cujo intento é escravizarem outras vidas, em vez de serem generosos e amáveis. Ao manifestarem atitudes imbuídas de egoísmo, demonstram serem superficiais emocionalmente, não demonstrando com suas falas vazias e superficiais qualquer resquício de empatia e solidariedade.

Um indivíduo com características egocêntricas e perversas, está inevitavelmente condenado ao fracasso e ao esvaziamento de uma vida desprovida de um bem maior, como por exemplo, de todo e qualquer aptidão para o amor e para piedade; além, é claro, de ser um perigo eminente para todos aqueles que vivem pela justiça ao prezarem pela verdade da sinceridade. Nada se torna mais digno de desprezo e vergonha do que uma pessoa assim, uma pessoa escrava de seus vícios e concupsciências, em vez de ser liberta de uma realidade perversa que ela mesma ajudou a construir!

A co-existência harmônica e pacífica só se torna possível se houver reciprocidade nas atitudes que envolvam respeito e amor profundo. O desafio dessa empreitada é sem dúvida constante...E na medida em que a ilusão do egoísmo mais cego se desfaz pela força de uma persistência mútua, há o desdobramento de uma aventura permeada de verdade e de confiança. Nesse caso, felizmente, o empobrecimento de um vínculo amoroso gerado pelo inferno de uma desgastada convivência deixam de estar presentes para ceder lugar a prosperidade de uma relação afetiva que já não envolve mais mentiras; e sim responsabilidade, compromisso e fidelidade provenientes da verdade que emana do amor (uma fonte cristalina a germinar em nossas almas os frutos da alegria e da esperança).