CONSCIÊNCIA DO ABSURDO
A maior traição que podemos cometer contra nós mesmos é participar de uma mentira, fazendo de conta que nunca aconteceu certas coisas em nossas vidas...Esquecer os momentos que passamos, formando uma imagem de ser humano só para agradar quem está perto, é não só insuportável para quem busca ser verdadeiro consigo mesmo e com DEUS, como também intolerável. Pois, francamente, não dá para ficarmos próximos de uma realidade cheia de opressão, inveja e discórdia, sem que possamos experimentar uma sensação íntima de absurdo e de aversão!
A vida passa muito depressa para vivenciarmos tanta deturpação causada pela hipocrisia e, de um modo geral, pela mentira sob aquela aparência da etiqueta e ''da boa convivência''. Pois com todo nosso direito, só conseguimos nos libertar de uma situação quando muitas vezes sabemos afirmar um ''não'' para uma situação que nos convida a estarmos numa condição de co- participação, especialmente quando existe uma situação intermediada por apelos repugnantes, interesseiros e mesquinhos.
Mas podemos escapar, com o gesto da recusa, de uma prisão que ajudamos a construir, mesmo sem tê-la planejado! Fazendo isso, temos mais condições de olhar à nossa volta e, além do mais, perceber que podemos morar em outras circunstâncias que sejam mais salutares para a nossa existência. Situações essas capazes de nos mostrar novos horizontes, no sentido de propiciar novas e melhores perspectivas para um amanhã repleto de triunfo e glória sob os desígnios de Deus.
Em vez de permitirmos que os horizontes se fechem ao ponto de esquecermos de nós mesmos e do que estamos fazendo com nossas próprias vidas, nada mais indispensável do que buscarmos alternativas de vida que favorecem o desenvolvimento de nossas potencialidades cognitivas, psíquicas e espirituais.
Afinal, tanto a honestidade, quanto a integridade são bens essenciais para que haja concódia e harmonia nas relações humanas, pois é mediante essas grandes virtudes que erigimos novas perspectivas ao nosso redor.
Não há despertar de consciência que não tenha primeiro experimentado uma sensação de absurdo, que não tenha visto de forma crua e desnuda o ilusório ou o aparente mostrar sua face sombria. É nesse momento da vida que passamos a dar valor naquilo que nos reconstrói por completo, de tal forma que almejamos vivenciar relações capazes de preencher nossas vidas, basta que queiramos manfestar interesse nessa busca; porém, tudo aquilo que nos deixa vazios, preferimos descartar e desconsiderar de nosso ser.
E finalmente, depois de tantas quedas, nos conscientizamos do quanto é vão participarmos de tamanha infelicidade causada pelos nossos prórios erros; percebemos, outrossim, a vanidade que é a existência infrutífera dos bacanais de tantas intrigas e de falatórios existentes, tendo ampla consciência de que nunca iremos chegar a lugar algum.
Após tantas experiências dolorosas, mais ao mesmo tempo iluminadoras, somos mais capazes de chegar em algum lugar, de alcançar um norte no tempo certo, pois fomos ensinados, por tudo o que vivemos, a romper com esse véu da ilusão: uma verdadeira cortina de morte que impede a criação de outras alternativas de estar com os outros. Pela convivência providenciada pelo amor de Deus, a vida social se torna mais favorável e dotada de um grande sentido, capaz de reinar em nossos corações.
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 17/12/2016
Alterado em 17/12/2016