A psicologia é uma área do saber incrivelmente vasto; é um campo do conhecimento que demanda do profissional muita responsabilidade, sensibilidade, empatia, conhecimento teórico, sabedoria e comprometimento para compreender e desvelar as nuances emocionais, sentimentais e comportamentais de uma pessoa. É, portanto, uma ciência do espírito originária da filosofia ocidental, uma ciência bela e recente, sobre cujo conhecimento produzido por uma ampla diversidade de abordagens, reflexões, métodos e teorias, é capaz (ainda que de maneira modesta!) de acender um pequeno lampejo de entendimento a respeito das complexidades do ser humano. A cada dia que passa o saber produzido no âmbito da psicologia se amplia, surgindo continuamente novas áreas (cada uma com sua própria contribuição para o desenvolvimento da ciência psicológica), sobre cujo intento é a promoção de compreensões mais abrangentes do ser humano, seja no estudo sistemático do comportamento humano, seja no desvelamento das complexidades do inconsciente, seja ainda na preocupação com o fenômeno da existência humana e com as relações interpessoais que permeiam a sociedade. Além do mais, tais áreas tem como objetivo dar maior transparência sobre o fenômeno da doença que emerge num indivíduo, sem desconsiderar o contexto social em que vive. Quanto mais as relações humanas ganham novas configurações com o decorrer dos anos, especialmente nos ambientes de trabalho e nos ambientes familiares, tanto mais se torna imprescindível para a psicologia entrar em intercâmbio com outras áreas do conhecimento como forma de promover profundas reflexões sobre o ser humano na contemporaneidade, sem deixar de dialogar com a tradição filosófica. E quanto mais as abordagens da psicologia reconhecerem que os conhecimentos que elas produzem sobre o ser humano precisam ganhar maiores abrangências se quiserem desenvolver conhecimentos consistentes e profundos, mais ricas elas se tornarão, especialmente quando forem capazes de criar plataformas de diálogos incessantes com outras formas de saber científico e filosófico. Um conhecimento lúcido e modesto, é aquele que, obviamente não se contenta em erguer o monumento de um saber definitivo e perene; portanto, não se preocupa em fundar um saber que possa esgotar todas as possibilidades de novas descobertas. Mas é antes uma perspectiva que tem a consciência de sempre estar sujeita a obter novos acréscimos, aperfeiçoamentos e aprimoramentos, seja ele um saber fundamentado na ciência ou na filosofia. Um conhecimento efetivo e significativo é, sobretudo, aquele que promove de tempos em tempos descobertas valiosas para a humanidade, sem desconsiderar os valores morais e éticos imprescindíveis para a dinâmica das relações inter-humanas mais autenticas.