O verdadeiro respeito de um homem pelo outro ser humano começa quando há senso íntimo de responsabilidade pela sua existencia, ou seja, começa quando tem consciencia do que é preciso fazer, por exemplo, para não colocar a vida de outra pessoa em perigos desnecessários ou em situações ameaçadoras, se for preciso evitando caminhos suspeitos para preservar a vida de quem estima e ama.

Uma pessoa que transcende a si mesma, ou seja, que supera as fronteiras de seu ser e de sua condição após vencer a covardia de só agir e pensar unicamente em si, de tal modo que consiga superar as muralhas enrijecidas do egoísmo (numa postura onde está presente a alteridade), estará em condições de responder com dedicação aos apelos e interpelações do outro, deixando germinar as sementes de um vínculo salutar que é temperado pela liberalidade da graça infinda de Deus.

Sendo assim, não adianta haver leis pesadas para seguirmos a risca, leis que digam como precisamos ser com os outros, se não houver em nós consciência plena a respeito do que precisamos fazer e conhecimento das condições que temos para proporcionarmos o que há de bom em nosso ser.

Pois é com a consciência de que existe algo mais a ser feito nesse mundo (e cada ser humano é quem faz do sentido de suas ações algo consciente e compreensível), uma consciência tal como a de uma pessoa íntegra que está desnuda diante de Deus, que podemos evitar os grandes fatalismos, e não nos tornarmos escravos das consequências que emergem em decorência de nossas ações.

Há muito mais grandeza num homem que pratica suas ações com consciência da importância delas na vida das pessoas, se recusando em ser co-participante das ilusões que emergem das massas, do que na existência de uma pessoa que deixa de fazer algo porque tem medo de uma punição futura ou porque foi condicionada a se manter num estado de conformismo.

Não podemos agradar a Deus tomando posições e fazendo escolhas somente para nos beneficiar, deixando de lado a humanidade do homem em segundo plano e o amor de Jesus Cristo de fora de nossas vidas, porquanto precisamos de suas dádivas para ornamentar nosso ser, buscando o que é essencial e não somente os acidentes que se degradam com o tempo.

Aquele que visa o bem do próximo e faz a vontade de Deus com amor de alma, está em condições de esbanjar sabedoria e discernimento num meio social repleto de pessoas gananciosas e indivíduos embotados afetivamente, ora devido as miragens que provém dos entretenimentos mais superficiais, ora devido aos falsos prazeres a protelarem a responsabilidade dos seres humanos pelas suas próprias vidas.

Quanto mais profunda é a alma de um ser humano, mais rica é sua experiência interior, também mais dotada de sentido é sua vida. E quanto mais for consciente de suas ações, de suas vontades, e de sua missão no mundo em que vive, mais próximo está de conhecer os desígnios de Deus para a sua existência, pois na humildade de seu coração esteve aberto para o amor divinal fortalecer o seu ser.

Portanto, é com tamanho esplendor que o amor divino inside no coração daquele que o ama, de modo que nenhuma adversidade será poderosa o suiciente para desequilibrá-lo com fúria imperiosa, pois foi corajoso e forte para se munir de um discernimento inquebrantável para vencer os muros mais altivos, barreiras essas cujo intento é dividir os que vivem em grande e profunda comunhão.

É na companhia de pessoas que bebem da mesma fonte; é ficando próximos dos nossos irmãos sob o abrigo dos mesmos propósitos, que é possível nos manter fortes e vigorosos, munidos de uma riqueza considerável.Sobre uma rocha que serve de amparo, é possível ficarmos impermeáveis as divsões, as dilacerações e as discórdias, porquanto oferecemos hospitalidade para a presença marcante de Jesus Cristo, convidando a sua entrada no meio em que vivemos, sendo ELE o único que é capaz de disseminar graça e virtude, especialmente na vida daqueles que o buscam em veracidade e em espírito, dando espaço para que o sopro de uma brisa serena lave a alma e a liberte.