Quando conseguimos experimentar o sabor de nossa própria solidão, passamos a dar valor naqueles que verdadeiramente nos amam.A sensação decorrente da solidão nem sempre é agradável, no entanto possibilita ao indivíduo solitário e angustiado o encontro consigo mesmo, pois é nesse encontro que ele consegue se dar conta de qual caminho deve seguir e quais as pessoas que são dignas de seu amor.

De agora em diante esse indivíduo, se é que ele existe em nossos dias, consegue suportar a si mesmo, pois foi a partir do momento em que seus horizontes (outrora obstruídos pela falta desse encontro interior) começaram a se abrir, que se torna livre para se relacionar sem mediocridade com aquele que ama.

Quem conseguiu durante a vida mergulhar na profundidade do mistério do amor e de tudo o que emana deste, aprendeu o quanto é interessante seguir em frente nessa aventura, uma aventura que, é claro, está sujeita a muitos riscos e as crises inesperadas; mas, em compensação, faz com que a vida se torne mais suportável e aprazível quando encontra honestidade, ternura e humanidade na pessoa que ama e deseja viver próximo.

Quando somos tocados  pelas melodias misteriosas do amor, somos envolvidos por completo numa incrível empreitada; precisamos, na verdade, passar por uma aventura cheia de altos e baixos, a fim de ganharmos experiências e maturidade para consumar vagarosas conquistas. O amor que provém de uma relação autêntica, não é, portanto, manifestado de forma superficial; ele geralmente se manifesta quando somos levados a nos engajar; mas também só é possível quando fazemos questão de viver com senso de responsabilidade e justiça.

E enquanto sentirmos que estamos sendo efetivamente reconstruídos por um novo momento da vida, temos ao nosso redor a presença marcante dos milagres como maneira de testemunharmos valiosas lições de amor e de sabedoria.

O amor é, portanto, um mistério que se abre como uma flor nos corações daqueles que estão dispostos, do mais recôndito de suas almas, a amar profundamente seus semelhantes; o amor é, sem dúvida, a grande dádiva de uma relação conjugal. É o amor quem possibilita o amadurecimento dos frutos da cumplicidade, da amizade e dos mais belos desejos.