Dizer a verdade sobre si mesmo é um dos maiores adesafios nos dias de hoje em que a sinceridade se transformou numa virtude rara; enquanto a mentira, semeada pelas ideologias e pelas aspirações de nossa era pós-moderna, é uma tendência que insiste em permanecer! Não há dúvida que os prejuízos causados por essa epidemia social são incalculáveis, pois não há uma esfera da sociedade que não esteja contaminado pela sujeira da falsidade, um lodo que acobertou, quase integralmente, a justiça!
 
As instituições são o mais nítido reflexo de uma sociedade em crise, onde se falar em amor se tornou algo vergonhoso... e aquelas instituições que só falam deste sentimento hoje em dia não conseguem esconder, nas entrelinhas de um discurso hipócrita, uma pretensão extremamente mercantil.Mesmo estas,com toda uma responsabilidade de levar adiante mensagens de conforto àqueles que necessitam da misericórdia de Deus, caem na armadilha de tratar da verdade, revelada nos ensinamentos contidos na bíblia, apenas como um meio (um meio com a finalidade de aumentar o número de consumidores ávidos de mistérios), quando deveria ser apenas um fim sem si mesmo.

Não poderíamos comparar as instituições de hoje, incluindo as igrejas e até mesmo as escolas, como espaços de propagação perversa de verdades adulteradas pelas sutilezas de uma linguagem imbuída de manipulação  (e não espaços em que é possível ser disseminado o ensino da verdade que profundamente toque o coração de seus alunos e fiéis)? É comum em nossa época ambientes que fabricam mentiras com roupagens de verdade, a tal ponto que um religioso de uma doutrina sente dificuldades em dialogar com aqueles que não compartilham da mesma doutrina. Mas e o que dizer daqueles que de forma intolerante de desrespeitosa insultam e humilham aqueles que não compartilham de sua própria histeria? São casos como esses que demonstram o quanto a banalidade se tornou uma regra quase geral e o cinismo a lógica de nossos tempos obscurecidos por miragens.