A nossa alma, quando está sob o aconchego de uma força maior (uma força que só pode ser doada pela misericórdia de Deus), no momento em que está amparada por seu consolo apaziguador contra os males mais contagiantes que a infesta, sempre cria mecanismos e estratégias para se curar; procura então situações inusitadas e de valoroso significado para assim poder continuar resplandecente e perseverante na estrada da vida.Com o horizonte que se anuncia bem à frente de nossa dor psíquica e espiritual; e com a manifestação do amor, da graça e da misericórdia em nosso ser, podemos sentir uma clareira que se abre no momento oportuno (Kairós), pois ainda que a cura espiritual aparentemente seja uma tentativa vã, temos a única linguagem que pode nos salvar: a linguagem do amor que procede da palavra de Deus, uma linguagem que nos renova continuamente. Enquanto somos fortalecidos e renovados, se descortina num horizonte aparentemente sem saídas (na hora que menos esperamos) sinais de abertura ou oportunidades para a libertação de nossas vidas dos grandes cativeiros espirituais, até que finalmente chega um momento em que alcançamos um espaço confortavelmente amplo, onde podemos sentir uma brisa a percorrer nosso corpo com seu frescor impregnado pelo sopro da liberdade (uma liberdade de proclamarmos com exultação a renovação operada em nosso ser sob os cuidados do Altíssimo)