O maior serviço que podemos prestar a uma criança é incitar a sua curiosidade natural acerca do mundo.É importante percebermos que muitas delas já, desde a tenra idade, tem, como bem disse Freud, um desejo epistemológico que desafia grande parte dos adultos no momento em que precisam dar a chave para as suas próprias descobertas; muitos desses pais, indiferentes a tudo o que pode ser encantador e angustiante, não tem condições suficientes para dar uma resposta satisfatória e que seja capaz de nutrir a ânsia de seus filhos em conhecer questões como ''de onde vieram?'' ,''para onde vão quando morrerem?'', e muitas outras questões inquietantes desse tipo.

É perfeitamente compreensível e saudável essa fome de conhecimento acerca de si mesmo e de seu mundo circundante.Infelizmente, o despreparo e a falta de tempo são agravantes na hora de preparar as crianças para enfrentar um mundo cada vez mais ameaçador e perigoso, porém cheio também de coisas maravilhosas para se descobrir. 

A consequência dessa falta de preparo ao qual muitas crianças estão sujeitas, é a apatia e a ausência de interesse pelas coisas, podendo se agravar cada vez mais até se aproximar de uma inibição intelectual gravíssima, onde a criança prefere não se angustiar com coisas tão inquietantes!

É importante que a vida, para que tenha uma razão de ser, seja levada a sério; e os pais, ao saberem disso, são livres e responsáveis para fazer da educação de seus filhos não um instrumento de repressão, mas sim um instrumento poderoso capaz de beneficiar o seu desenvolvimento intelectual, emocional, psíquico e espiritual.

É indispensável que os pais deem, através do amor, plenas condições para o desenvolvimento da criatividade de seus filhos, fazendo das práticas educativas elementos indispensáveis para o exercício da liberdade e para o aprimoramento da sua capacidade de amar o seu semelhante, bem como os animais e os demais seres como se fossem extensão de seu próprio ser. Pois o maior aprendizado que uma criança pode adquirir ao longo de sua existência, é com os exemplos de vida que procedem do comportamento dos seus pais e também com a interação que mantêm com os mesmos; sem essa base, dificilmente poderá ser um adulto dotado de princípios eticamente valiosos.