A HOSTILIDADE E A PREPOTÊNCIA HUMANA
Os homens sempre se julgaram superiores aos animais, mas enquanto prevalece sua arrogância, de achar que detém o poder sobre todas as formas de vidas existentes, o planeta arca com o prejuízo dos desastres provocados pela sua ação, desastres causados pela inconsequência ''do progresso'', de modo que todo o louvor que se faz em torno dele é sem sentido; é algo tão vão quanto a própria prepotência de nossa espécie, que já poderia ser chamada de homo hostilis, uma espécie tão auto-destrutiva que nem ela mesma poderia escapar de sua própria sede de destruição.
Um mundo infestado pela prepotência e pela hostilidade dos homens, não podia ser mais perigoso à continuação da vida. A história das nações é também o testemunho das façanhas sanguinárias dos homens, uma história marcada por inúmeras guerras civis e por grandes guerras mundiais que foram disseminadas pelo planeta através de ideologias conflitantes entre si (acima de grande parte das nações do mundo).Tais ideologias, sem dúvidas, foram a justificação absurda para as ações humanas mais destrutivas e niilistas!
O mundo se tornou um palco trágico onde milhares de criaturas, principalmente aquelas de grande e rara beleza, tem sido destruídas em decorrência da estupidez humana. Pois enquanto os homens mais gananciosos extinguem e dizimam uma parcela incomensurável de espécies, mais trazendo para o mundo a aniquilação do que propriamente a vida; os animais, por sua vez (chamados indiscriminadamente de irracionais), mantém o equilíbrio dos ecossistemas ao alimentarem o ciclo de vida e morte na natureza (consomem, vale ressaltar, outros seres vivos apenas para sua própria sobrevivência e sustento).
Escapar dessa lógica desumana das sociedades capitalistas e comunistas é já estar a margem da civilização com todas as suas promessas (...) O que mais existe nos dias de hoje são pessoas querendo ser melhores do que as outras; é como se fosse possível estar ''acima do bem e do mal''... Mas aqueles que se desviaram dessa tentação, desse sentimento de preciosismo, ou seja, de se julgarem superiores e inabaláveis (como se fosse possível julgarmos que estamos acima dos outros!), são os que conseguiram ir além da banalidade que impera em nosso mundo; puderam, ainda que demonstrem humildade e simplicidade, se libertarem da masmorra que o próprio homem civilizado criou para se auto-aprisionar.
São as pessoas que buscam viver uma vida de santidade e de retidão, as que mais estão preparadas para se aproximarem de Deus, pois ele é o único que tem o direito de julgar qualquer forma de vida e ninguém mais pode se achar nesse direito. ELE sempre será a única fonte de liberdade e de amor; logo, quem se aproxima dele estará aberto para viver na glória dessas dádivas perenes; e, então, através delas viverão mais próximos da eternidade!
Ao nos abrirmos para o vasto amor de Deus pelas nossas vidas; e ao colocarmos em prática algo que nos faça lembrar de sua sublime sabedoria, a qual nos liberta das mentiras impostas, viveremos sempre mais solidários por tudo o que vive e sofre nesse mundo; a partir daí, podemos ver o quanto esse complexo de superioridade que leva muitos homens as guerras, aos genocídios, a exploração irrefreável da natureza e a aniquilação da vida de um modo geral, só empurra a humanidade para a beira do precipício e do caos.
A arrogância da superioridade é sempre um vício gerador da irracionalidade, muito mais do que aqueles que consideramos como tais, ou seja, animais (estes pelo menos mantém o equilíbrio e preservam a vida!). Infelizmente, todos os seres vivos se tornam vulneráveis ao apetite irrefreável de poder e de destruição que quer governar o mundo e estabelecer o seu reino, um reino que busca fomentar a escravidão dos homens e da natureza.
Mas só quem tem a capacidade buscar superação contra o domínio da morte que assola qualquer forma de vida; só quem tem coragem para ser livre de toda a massificação; e só quem é livre para trazer à luz da consciência a importância de se tornar um indivíduo responsável por tudo aquilo que vive e sofre, estará em condições de viver de amor, se aproximando da fonte de onde emana a verdadeira redenção. É Deus, portanto, quem pode capacitar os bons de coração e de grande riqueza espiritual a espalhar a virtude da compaixão, do amor e da solidariedade frente a um mundo afundado no caos!
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 07/02/2017
Alterado em 07/02/2017