Nos dias mais solitários, ávido em dar vida a minha poesia e aos meus talentos, medito sobre os meus pensamentos, os meus sonhos, os meus desejos, as minhas paixões, as minhas alegrias e as minhas tristezas, não sem antes escutar com grande emoção as melodias que fizeram parte da minha história, além de sentir com grande entusiasmo os rastros das saudades acerca daqueles momentos que foram inesquecíveis na minha vida.

Ao mesmo tempo, não de deixo de criar e recriar veredas de possibilidades diante de um porvir tão incerto! Pois a vida só ganha brilho se nos alimentarmos de grandes paixões e de sonhos elevados; do contrário, tudo o que edificamos redunda num verdadeiro fracasso, e a própria existência não faz outra coisa senão se afogar na letargia do tédio da ausência absoluta de sentido.

Escrever com veemência e sinceridade foi uma maneira que encontrei para expressar todas as contradições do meu ser; escrever com a força da minha inspiração, foi uma maneira de irradiar os sentimentos mais elevados que tenho pela vida, pelas pessoas, por Deus, pelos animais e pela natureza. Somente quanto absorvi aquele ímpeto de escrever e pensar com profundidade; e à medida que o meu amor pela santidade cresceu no meu íntimo, é que consegui me libertar de uma vida enclausurada nas fatalidades das inseguranças, fracassos, medos e pensamentos obsessivos.

O que a vida tem me ensinado senão manter aquele ímpeto de coragem, lucidez e discernimento para não deixar que o logro e o engano se apoderem de minha alma? O que a vida tem me ensinado senão resplandecer a luz da esperança no coração contra as chagas da morte, ainda que digam que não vale a pena lutar? Suportar as dores com bravura e resolução; lutar pela liberdade com arte e brilhantismo; e, por fim, manter acesa a chama da vida e do seu verdadeiro significado: tais são as verdadeiras aspirações daqueles que amam a sabedoria; é, sem dúvidas, um ímpeto capaz de desafiar e confrontar um mundo povoado de tanta confusão, morte e caos.