Nos dias mais árduos da vida, ou seja, naqueles instantes da vida onde somos assolados por sofrimentos e agonias, desvela-se, ainda que de forma estranha e paradoxal, um potencial para que ocorra inesperadas mudanças em nosso ser; é curioso que nos camimhos mais sombrios sempre floresce milagrosamente aqueles tênues lampejos de esperança (que são tão encorajados nos evangelhos!), principalmente quando buscamos no horizonte das inspirações artísticas ou nas palavras de consolo das grandes promessas metafísicas de redenção, uma forma um tanto criativa de transcendermos os dramas de nossas crises internas. As catástrofes pessoais não necessariamente levam a ruína de uma vida, mas podem propiciar para cada um de nós a chance de meditarmos sobre a nossa condição, gerando grandes conquistas de discernimento; e também, como já havia pensado Viktor Frankl (um psicólogo que viveu em meio aos horrores do holocausto promovidos pelo nazismo) a possibilidade de obtermos um aprendizado significativo com os sofrimentos, que podem decorrer de tantas perdas, doenças, opressões e lutas espirituais.