Nessas noites tão desoladoras e tenebrosas,
Nessas noites vazias do calor da solidariedade,
Percebo almas sufocadas pela brutalidade
Das ruas das metrópoles mais perigosas.

Noto a injustiça dos homens ricos de presunção,
Dos homens que turvam a virtude dos ternos sorrisos.
É uma injustiça que está oculta pela fala dos omissos,
Disfarçando com hipocrisia a verdade de uma situação.

A miséria, o descaso e a insólita indiferença
Deixam mais densas as sombras do fracasso,
Sombras que ocultam o valor sublime de uma crença.

O amor a cada dia se torna mais escasso
Dos corações que, sem anseio de convalescença,
Esmorecem na agonia do cansaço.