UM MUNDO DE VIVÊNCIAS INESQUECÍVEIS
Eu desci nos abismos da condição humana; sob constantes angústias de alma, percorri inóspitos caminhos, indo em direção daqueles que clamam por ajuda e amor. Mas sem deixar de demonstrar sensibilidade e de me mobilizar, pude então sentir as dores dos enfermos e dos famintos por transcendência.
Eu ascendi aos céus da verdade (...) entre prantos, ciladas e tropeços, clamei ao meu redentor por perdão e, em seguida, implorei pela luz espiritual do discernimento.
Eu caminhei em densas trevas só para se achegar ao amor da minha vida e abraçar todos aqueles com os quais busco, do mais profundo do meu coração, mostrar os meus afetos, a minha comiseração e as minhas ternuras.
Foi ali, nos submundos do sofrimento dos meus semelhantes, que conheci a dor profunda da ausência de esperança; mas sobretudo, fiz questão de viver da caridade independente de qualquer circunstância e adversidades que apareceram pelos caminhos por meio dos quais preferi trilhar.
Eu chorei enquanto compunha versos dolorosos, versos impregnados pelo lirismo das despedidas, das paixões, das carícias, dos anseios elevados e dos clamores santos.
Eu vivi com intensidade as situações-limites, a fim de encontrar uma resposta para tantas incoerências, dúvidas, contradições, paradoxos e silêncios.
Eu saboreei poesias voluptuosas, vinhos ardentes, reflexões impactantes, fragrâncias arrebatadoras, deixando aflorar intuições e um oceano de emoções indescritíveis durantes os momentos de encontro com a minha alma sedenta de eternidade.
Eu contemplei os belos horizontes e as mais suntuosas paisagens, vivendo dia após dia experiências inefáveis e gloriosas. Pois a vida é tanto mais incrível, quanto mais nos dispormos a ouvir as canções que prodigam das manifestações do sublime.
Eu meditei, enfim, sobre os ensinamentos sobre os quais estudei e aprendi, interagindo com um mundo de perspectivas e ideias que ataviaram o meu ser de criatividade e aspirações inexauríveis. Pois sem tais meditações solitárias, teria me perdido numa maré de agitações interiores incuráveis e detestáveis.
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 09/12/2017