Quando cuidamos de nós mesmos, não temos tempo, ou melhor, não dispensamos nossas energias psiquicas para julgarmos os nossos semelhantes; e nem, tampouco, temos necessidade de exigir aquilo que as pessoas não podem nos oferecer. Antes, nos preocupamos em sondar os abismos mais inóspitos de nossas almas, até que possamos descobrir algumas verdades acerca de nós mesmos e entender melhor os nossos complexos. Enfim, ao termos como filosofia de vida a urgência de priorizar o cuidado de nossa saúde emocional e espiritual, aprendemos a ter amor próprio, em muitas situações decidimos não esperar uma atitude mais elevada daqueles com os quais estabelecemos contato ou vínculo pelo simples fato de não cairmos em aborrecimentos desnecessários. O amor próprio, essa força interior que nos torna invulneráveis, só nasce quando reconhecemos o que realmente somos, despertando-nos para a nossa realidade interna, ainda que nos defrontamos com o nosso lado mais sombrio e recôndito. É quando cuidamos verdadeiramente de nós mesmos, deixando de lado qualquer expectativa de que o outro poderá responder prontamente aos nossos desejos (por outro lado, acreditando apenas em nosso potencial para a transcendência e para a libertação), que alcançaremos a verdadeira paz de espírito, ao mesmo tempo estaremos em melhores condições de subir alguns degraus na escala da sabedoria.