OS VALORES ETERNOS
Um homem que costuma vender a sua verdade e a sua dignidade unicamente para ser aceito socialmente; e também que procura, a qualquer custo e sem qualquer senso crítico, comercializar os seus dons e os seus valores mais elevados a fim de obter sucesso, fama ou dinheiro, só consegue perpetuar a sua miséria e o seu vazio existencial, além de se tornar falido espiritualmente.
Nada pode ser mais digno de pena e de lástima do que aquele que despreza certos valores, especialmente aqueles cuja natureza não são negociáveis e nem tampouco estão sujeitos a qualquer degradação, tais como integridade, sabedoria, retidão, temperança, liberdade, dignidade, amor, piedade, serenidade, santidade e outras riquezas espirituais de certa magnitude e que dimanam da eternidade.
Um ser humano que se mantém numa vida espiritual sem fecundidade e, o que pior, dando pouco importância aos valores mais nobres da alma ao ponto de ridicularizar quem vive em santidade e em retidão, só consegue demonstrar o fracasso de suas empreitadas, bem como a vacuidade de seu ser interior perdido e enfraquecido no lama da corrupção moral.
Ora, quem não busca adornar o seu coração com valiosas riquezas espirituais e eternas, não possui outro recurso na vida senão ostentar riquezas externas e materiais apenas para compensar o que lhe faz falta, ou seja, resplandecendo uma luz estranha ao seu próprio ser.
Brilhar para o mundo pode ser até encantador e até render muitas glórias, mas nada se torna mais vazio para a existência de um homem do que viver de aparências, superficialidades e futilidades procedentes de uma fama assombrosamente instantânea, principalmente quando o que está em jogo é o empobrecimento do seu próprio ser, um empobrecimento que o torna esvaziado de qualquer plenitude, transcendência, sabedoria e fecundidade interior.
A força de uma vida espiritual só é possível quando nos conscientizamos de que a vida vai muito além do que estar submerso nas rotinas absurdas, nas mesmices que nunca nos levam para algum lugar e também nas mais variadas ilusões desse cosmos social em que vivemos. A nossa vida é, antes, uma oportunidade para nos aproximarmos do mistério que paira sobre a criação e, além do mais, uma chance para contemplarmos o milagre dos frutos do espírito que renasce nas almas ávidas pela verdade. O sentido da vida só se torna possível quando podemos vivenciar, com exultação e louvor, a epifania de todo encontro singelo e apaixonado, nascendo em cada um de nós a liberdade para propagar amor e benevolência para toda a natureza, para os animais, para os demais seres humanos e, o que é mais indispensável, para o nosso Deus Soberano na forma de louvor. Dessa forma, já não viveremos como se o ser fosse apartado de nossas convivências e interações, mas nos aproximaremos de maneira mais imediata de seu mistério através de nossas relações mais autênticas, simples e verdadeiras.
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 30/04/2018
Alterado em 30/04/2018