O que funda o enlace de um homem e de uma mulher, no sentido mais profundo e originário, não são os compromissos e as adequações exigidos pelo sistema eclesiástico de uma igreja com os seus intentos de estabelecer entre seus fiéis um contrato imutável (como se esta fosse a detentora da verdade dos corações de cada ser humano), muito menos as formalidades de um papel no cartório. O que torna um elo perfeito, o que torna um casamento efetivo e resistente às crises, é unicamente um amálgama de sentimentos honestos e disposições que, juntos, mantêm a indestrutibilidade de um vínculo. O amor, a paixão, a fidelidade, o companheirismo, a perseverança de construir uma vida a dois e o respeito mútuo são, sem dúvidas, essenciais para a edificação e o florescimento da verdade na alma de uma relação interpessoal e amorosa. Sem o amálgama desses elementos, tudo irá redundar num fracasso completo! Sem a manifestação dessas ações sublimes, qualquer formalidade se torna abominável e insensata! Sem a harmoniosa combinação de tais virtudes no coração de dois seres humanos, nunca poderá existir qualquer verdade numa relação amorosa! Nesse caso, o que pode acontecer unicamente é o mascaramento de uma realidade, cujo intento é salvar as aparências em nome de uma boa projeção social. A hipocrisia, infelizmente presente em todas esferas sociais, sempre nasce dessa presunção que faz com que muitos queiram parecer bonitos e atraentes aos olhos da sociedade.