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O FINDAR DE UMA NOITE DE ILUSÕES
Hoje o nosso mundo acordou em celebração,
Inflamando por todos os rincões Extrema e desordenada agitação E uma esperança fundada na incoerência. Na verdade não existe comemoração De nenhuma conquista importante E de nenhuma justiça sendo propagada Em prol de alguma melhora social significativa. Enfim, nem sequer as pessoas Estão plenamente mais felizes do que outrora. Subsiste apenas a velha euforia que tomou conta De multidões de pessoas de falsos sorrisos, De multidões contagiadas pela mesma emoção; Pois muitos já se esqueceram (Com as suas anestesiantes distrações E com as suas preocupações superficiais de sempre) O quão presos estão diariamente Nas armadilhas de uma falsa felicidade E na desolação da ausência de sentido Que faz crescer os fantasmas do absurdo. Hoje é um dia em que não há motivos para festejar, Pois o desespero, bem como as necessidades Que sempre tornam os homens carentes e incompletos, Ainda assolam os semblantes Daqueles que se mantêm adormecidos Na letargia dos prazeres mais fugazes E no excessivo furor de suas licenciosidades. Mesmo assim, reinam os grandes espetáculos Transmitidos pelos sedutores meios de comunicação Com as suas fantasmagorias, notícias e apelos. Rojões e bombas explodem aqui e acolá, Buzinas e gritos são vociferados Em quase todos os lares, Ardendo cada vez mais o calor infernal Das comemorações de tantas almas vazias. Ao longe ecoa uma algazarra tão barulhenta e insensata! E ao longo desses dias turbulentos Ficam ainda mais esquecidos os animais aflitos E as dores de tantas vidas humanas que sofrem Incessantemente nas mazelas do descaso. Incrivelmente, um dia tudo termina: Então as pessoas precisarão encarar de frente As dores de suas preocupações cotidianas E também as aflições de suas labutas exaustivas. Uma noite de euforias e festas se esvai Como a água de um rio ressequido pelo estio, Abrindo caminho para um escaldante alvorecer De aborrecimentos incontáveis E de ânsias profundamente desesperadas Para ganhar o pão de cada dia.
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 09/07/2018
Alterado em 05/05/2019 Copyright © 2018. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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