AS INCOERÊNCIAS DE NOSSO TEMPO
''A meu ver, o ideal comunista - a construção deliberada de uma "sociedade mais justa" - é intrinsecamente mau. Não existe justiça nenhuma em planejar de antemão a vida das gerações futuras, obrigando-as a arcar com o peso de milhares de decisões que não tomaram e com as quais talvez não venham a concordar. É monstruoso decidir hoje, de maneira irrevogável, a vida dos homens de amanhã.''
(Olavo de Carvalho)
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Existe maior incoerência e hipocrisia do que levantar a bandeira de uma doutrina filosófico-política ou, para ser mais preciso, de uma cultura que, por onde passou, deixou rastros de morte por todo o leste europeu, como também nas Américas, nas nações africanas e nos países asiáticos, sem falar de milhões de homens oprimidos, torturados, mutilados, desumanizados e exilados desde o seu surgimento?
Será que se eu propagasse o marxismo cultural perto de um cidadão ucraniano ele me veria com bons olhos? Décadas de opressão num país como a Ucrânia, num país assolado pela fome causada pela perversidade de Stalin, só nos mostra o que foi a União Soviética em seus áureos tempos de truculências e de toda sorte terrorismo psicológico e coletivo!
Por que aqueles que se dizem marxistas e socialistas são vistos sempre como pessoas corajosas e admiráveis como Che Guevera que, apesar de ter agido como um verdadeiro facínora, é visto como um modelo de conduta a ser seguido por todos? Por que os comunistas não são vistos da mesma forma do que aqueles que se dizem nazistas, os quais têm a fama (o que não deixa de ser verdade!) de serem pessoas reacionárias, psicopatas e desumanas? Não são as duas faces da mesma moeda? Por que há sempre o bonzinho e o vilão, quando na verdade esses dois lados participam da mesma ambição diabólica, cujo objetivo é sempre a ascensão obstinada ao poder e a supressão de qualquer inteligência que tenha a ousadia de pensar fora da caixinha?
Afinal, não foram tais doutrinas socioculturais (o socialismo nos moldes marxistas e o nacional-socialismo) as responsáveis pelas maiores atrocidades que o século XX já presenciou? Vivemos, para ser bem sincero, num tempo bem estranho, num tempo onde estão mais presentes a incoerência, a letargia e a má-fé, do que propriamente a lucidez, o discernimento e a honestidade intelectual.
Vivemos uma era onde se opor ao feminismo, ao aborto, a legalização das drogas, a ideologia LGBT e a todos os movimentos de esquerda em geral (sob investimento maciço do magnata George Soros), é visto como uma postura reacionária e anti-revolucionária. Penso que se opor ao marxismo cultural é mais do que um exercício honesto de pensamento: é também um estilo de vida que não se contenta com os estereótipos, modismos, incoerências e superficialidades que inundaram o nosso mundo contemporâneo.
O fim da história profetizado insistentemente por Marx e pensadores subsequentes, cuja promessa se baseia no advento de uma sociedade sem classes, nunca evidentemente se cumpriu, mas nos legou nada mais nada menos do que um inferno nunca antes presenciado, um inferno povoado de carnificinas pelo poder brutal de ditadores bestiais.Tais acontecimentos em prol de uma sociedade comunista, que só uma teratologia poderia nos narrar com precisão, foi um cataclismo e uma catástrofe inigualável. Tais acontecimentos transformaram as sociedades numa ruína em larga escala e numa decrepitude generalizada que se infiltrou como um cancro no coração de inúmeras nações exasperadas pela decadência moral, intelectual e espiritual.
Quanto sangue ainda precisará ser derramado para muitos chegarem a conclusão de que o marxismo cultural e o socialismo são as maiores fraudes que já existiram? Quantas vidas inocentes terão injustamente que participar do holocausto revolucionário, a fim de que muitos entendam, definitivamente, que o socialismo (e o sonho comunista), como também o Fascismo em suas diversas facetas, sempre se organizaram como regimes totalitários, sendo o primeiro o mais sanguinário que já reinou pelos quatros cantos do mundo?
E apesar de tantos livros documentando com exaustão sobre a farsa do comunismo, ainda existem pessoas e partidos políticos brasileiros que defendem essa ideologia política desumana, que no fundo se assemelha a uma outra ideologia política, a saber, o nazismo.
Tanto o nacional-socialismo (nazismo), quanto o socialismo nos moldes de Marx e seus seguidores, além de serem inimigos de qualquer pensamento discordante (os inimigos do nacionalismo e o inimigos da revolução, respectivamente), dizimaram milhões e milhões de pessoas através das melhores tecnologias da época.
As suas engenharias sociais foram infalíveis para a matança de inocentes e para o extermínio de enormes contingentes populacionais. Na verdade, o nazismo não chegou perto da perversidade da União Soviética desde o seu surgimento, como também da China, especialmente na época em que estava sob a liderança de Mao Tse Tung. Este, para se ter uma ideia de sua psicopatia, além de ter exterminado milhões de pessoas, mudou nos anos subsequentes a sua própria tática política, criando a revolução cultural no ano de 1966, onde o que estava em jogo era a destruição de qualquer hierarquia intelectual e qualquer vestígio que pudesse ser associado ao conservadorismo.
Com tantas informações e conhecimentos em torno do socialismo/comunismo; e com tanta miséria se proliferando em países como Venezuela, China, Coréia do Norte e ilha de Cuba em pleno século XXI, jamais poderemos deixar de esquecer sobre o perigo que corremos, ainda mais quando, sabendo da verdade de tais fatos, silenciamos o nosso pensamento e senso crítico, seja porque temos medo de alguma afronta, seja porque preferimos acreditar numa farsa doutrinária ou filosófica aparentemente bem elaborada.
Com tantas desinformações e atrocidades em prol de uma perspectiva filosófico-política que prega a revolução, além do extermínio daqueles que se opõem a sua doutrina de caráter totalitário (uma doutrina que não deixa de ser reacionária), temos o dever de expormos publicamente o nosso repúdio a qualquer sistema de ideias que defenda a supressão de nossa individualidade e de nossa espiritualidade.
Quando, enfim, expressamos o nosso descontentamento, cujo fim é desconstruirmos as armas do engano, agimos como pessoas responsáveis perante a sociedade em que vivemos; e agindo de forma responsável, exercemos a nossa liberdade em prol do bem de todos, a não ser que permitamos que a nossa consciência e os nossos valores sejam vendidos em nome de algum prestígio vão e banal. Nesse caso, em vez de agirmos com integridade, preferimos alimentar uma falsa consciência, consentindo como assassinos com as sutilezas de uma doutrina profundamente opressiva e inescrupulosa.
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 12/10/2018
Alterado em 20/10/2018