1-
Contemplai-vos a calmaria do vasto oceano; e, com grande emoção, percebei-vos o bramido das ondas que emergem inesperadamente e o revoar dos pássaros que se elevam livremente para os céus. Tal cenário transmite paz de espírito para quem vive alegremente, sentindo com o coração embevecido os eflúvios do amor de Deus.

Contemplai-vos a belíssima floresta, bem como os ventos tranquilos que sussurram por recantos silenciosos. Tais brisas entoam um belo cântico, levando ao sonhador a possibilidade de sentir com o coração limpo a doçura de um dia esplêndido, e dando a chance para que uma alma sensível possa apreciar a beleza nos momentos mais simples da vida, de modo que a própria graça divina possa semear o seu mistério no coração de tais pessoas que estão com o coração repleto das dádivas da simplicidade e da esperança.

Contemplai-vos as colinas, como também o sol irradiando de fulgor tais regiões impregnadas por um verde de transbordante esperança.Tais visões anunciam a chegada de um novo tempo, um tempo de possibilidades e descobertas.

2-
Para quem ama a verdade, para quem almeja encontrar um desígnio que o oriente nos seus passos, sabe que tudo o que é passível de restauração só pode provir de uma força sobrenatural, de um SER que ama a justiça e o amor, ainda mais quando estão presentes entre os homens em grande comunhão. Sendo hospitaleiro para com os fracos, humildes, órfãos e viúvas, o seu amor e misericórdia faz cessar todo resquício de desumanidade e toda a fatalidade que porventura tenta crescer nos solos férteis da igreja de Cristo (completamente renovada pelo sangue purificante do cordeiro).

Contemplai-vos também o firmamento e as estrelas que cintilam por toda a imensidão; contemplai-vos com regozijo de alma uma bela noite envolta por incógnitas (que são decifráveis para todos os humildes de coração...). Pois assim como as estrelas reverberando no mais alto céu, aqui e acolá, também serão elevados todos os grandes de alma, todos os que, na honestidade e na pureza, souberam semear concórdia ao invés de discórdia; justiça ao invés de injustiça; solidariedade ao invés de egoísmo.

Os lírios dos campos crescem e, então, Deus os vestem da mais bela formosura, assim também serão vestidos todos os que, sob a graça e o amor do altíssimo, quebraram as algemas do pecado, caminhando nas estreitas veredas, nas veredas onde serão saciados por toda a eternidade.

As aves dos céus cantam quando a aurora desponta no horizonte ou quando o entardecer anuncia uma longa jornada de descanso, pois assim como estes seres, também veremos as alvoradas da vida despontarem; e, até mesmo, o descanso das longas fadigas e das dores se tornarem realidade vivida.

3-
Libertai-vos, então, desses temores que nos ameaçam inesperadamente,  sabendo que diante do absoluto poder do Eterno nada tem o poder de nos separar do seu amor; e intuindo que tudo o que há de mais perigoso um dia há de se evanescer. Enfim, que mais dia ou menos dia, terá findado as tempestades, os vendavais e os grandes tremores que vem do mais profundo abismo, pois o criador já nos revelou um dia o presente mais glorioso da redenção para os homens contritos e esperançosos, presente esse perfeito para todos aqueles que guardam até o fim as suas palavras repletas de mistério e de verdade.

Libertai-vos das mágoas e das tristezas mais nefastas para a alma, sabendo que o fim dos tumultos e das guerras cessaram, sem que saibamos do seu desfecho. Libertai-vos, por fim, de tudo o que ameaça a alma de aniquilação, tendo consciência dos sinais que se anunciam nos céus, nas águas dos mares, nas águas dos rios e no firmamento onde estão os mais reluzentes astros e estrelas, pois a infâmia dos injustos e a insensatez dos homens de ódio foram derrotadas juntamente com aqueles que, na sua ganância, destroem a terra, os animais e a vida de um modo geral. Apenas os homens que buscaram a verdade e praticaram a justiça serão vestidos da mais bela vestimenta, porquanto se alimentaram de toda a palavra que emana de Deus; portanto, jamais viverão novamente na escuridão da fome, da pobreza e do desamor, tampouco sentirão novamente qualquer sede e fome de eternidade!