Certas verdades sempre escandalizam as pessoas que esquecem de pensar no que fazem de suas vidas e também aqueles que se deixam levar cegamente por superstições, crendices e convicções baseadas nas falsas promessas. Tais revelações fazem com que a arrogância de muitos seja ferida por aquilo que nunca poderiam prever. Há também aquelas agudas veracidades que fazem com que o sossego de uns seja posto a prova e o conforto de outros seja confrontado com as sujeiras de suas vergonhas que insistem em se revelarem um dia. Será, então, que todos nós estamos preparados para ver o que pode ameaçar as nossas ilusões? Será que somos tão fortes para vermos algo verdadeiro rasgando com total violência os espessos véus ideológicos, políticos, morais e doutrinários, os mesmos que são na maior parte do tempo sagazes para impedir o fluir de qualquer inteligência lúcida e livremente perspicaz? No entanto, é a própria verdade que nos faz despertar para a face trevosa de certas realidades que se ocultam nas sombras de belas aparências, como aquelas de uma nação deteriorada moralmente que aparenta aos olhos dos estrangeiros ser um modelo de harmonia, planejamento e organização; ou como aquelas de muitos indivíduos camuflados por um bom disfarce de "piedade", de "amor" e de "santidade". Uma grande verdade, aquela que nos desnuda por inteiro, dispensando, portanto, retoques e artificialidades para corrigir certas imperfeições, sempre há de ofuscar aqueles que só mostram o que lhes convêm, bem como aqueles que buscam de forma forçada serem mais ''perfeitos'' do que são aos olhos de seus semelhantes.