Justificar uma atitude vil que parece ser justa para combater uma outra atitude vil não deixa, ainda que muitos tentem a defender como se fosse um gesto positivo, de ser uma maneira sutil e disfarçada de exercer a velha perversidade humana que insiste em se tornar preponderante numa sociedade onde já não existe mais respeito pela vida e pelo próximo. Quando uma sociedade chega nesse estágio de depravação, na qual boa parcela dos indivíduos começa a disfarçar suas maldades com roupagens ideológicas elegantes e sedutoras, podemos dizer que ela atingiu grandes profundidades de decadência e de degradação humana. Quando uma sociedade cai nesse obscurecimento, relativizando os valores absolutos e valorizando a maldade como forma de justificar o injustificável, já não consegue deixar de transparecer nas sutilizas e nas entrelinhas de tantos discursos pomposos os mais terríveis cinismos nascidos da hipocrisia mais hedionda.