Gosto de estar ao lado de pessoas que tem o prazer de estar comigo por ser quem eu sou, pelos meus modos de ser, e não pelo que eu tenho, pelo que eu ostento ou pelo que eu posso apresentar de conveniente. São pessoas assim que me deixam seguro para ser uma pessoa autêntica, em suma, elas me ajudam a ser eu mesmo, sem que eu precise representar algo que eu não sou para ser algo que nunca poderei ser.

Gosto de pessoas singelas que sabem agradecer cada um dos meus gestos sinceros que sou capaz de demonstrar, gestos esses que sempre vem acompanhados de uma abundância de palavras ternas e de esforços de compreensão.

Gosto de conviver com essas pessoas que, aasim como eu, recebem de bom grado cada conselho ou consolo que esparjo como bálsamo no terreno de sua alma, no qual tenho permissão de semear coisas boas com toda a alegria do meu coração.

Gosto, ademais, de pessoas que me ensinam a ser melhor do que antes e do que agora; e que se preocupam com o meu sofrimento quando estou impossibilitado temporariamente de sorrir. São pessoas assim que sabem me compreender; e na sua compreensão, me ajudam a enxergar ainda que pode haver uma claridade na vida mesmo com todos os dias escuros e nublados existentes.

Hoje, talvez até mais do que antes, quero estar ao lado de pessoas transparentes e que, na sua resolução por serem íntegras, demonstram maior harmonia entre o que sentem e pensam em segredo, ou seja, em seu mundo privado e particular, com o que dizem e expressam no face a face, ou seja, na esfera de seu mundo público e com-partilhado. Enfim, quero manter uma boa comunhão com aqueles cujos gestos mais sutis e atitudes corriqueiras são sempre merecedores de credibilidade. Com pessoas imbuídas desses valores, obviamente, não preciso de muitos esforços para saber o que pensam a meu respeito, muito menos nutrirei incertezas, confusões e angústias sem fim para tentar entender certos mal-estares que nunca anseiam ser verbalizados.