A santidade sempre será a maior das conquistas e também o maior dos triunfos para a vida de todo ser humano. Ela é quem traz aquela satisfação duradoura que engrandece o ser de um homem na sua humildade para não se sentir grande como um magalomaníaco e, tampouco, se portar como se estivesse acima das demais pessoas como um soberbo.

Viver como um santo homem de Deus é, sem dúvida, um empreendimento que, por exigir honestidade e firmeza de caráter, está acima de todos os grandes empreendimentos humanos, boa parte destes movidos por ambições, os quais visam apenas o massageamento do próprio ego.

A prática da santidade, uma prática interminável que só pode produzir bons frutos, tende a tornar uma pessoa cada vez mais plena e fortalecida em face de um mundo carente de verdade e amor. Ela não é uma simples autorrealização que, uma vez adquirida, faz uma alma ficar imune aos abalos interiores e as quedas mais abruptas.

Só é possível a dádiva da santidade se manifestar em toda a sua perfeição quando penetra integralmente no ser daquele que não chama atenção de ninguém para angariar qualquer benefício; pelo contrário, a sua manifestação é mais intensa quando só existe aquele espaço para uma devoção sincera e para o fluir da  caridade. Dessa forma não se exige nada em troca, apenas reina uma propensão para a realização da obra de Deus e um amor puro e visceral, o qual já não almeja nenhum reconhecimento e status social como consequência de uma empreitada bem calculada.

Do mesmo modo como uma árvore e uma planta precisam da  luz solar para consumarem a fotossíntese, o estado de pureza nos meandros de nossos coraçòes deve ser atingido frequentemente através de nosso zelo e cuidado que dão permissão para a vinda do espírito divino fazer morada em nosso ser interior.

Uma vida santa, que só pode prevalecer por meio de desafios sucessivos, fracassos, lágrimas, arrependimentos e vitórias sobre as hostes da desolação, não nasce como algo já concluído ou como um modo de ser definitivo ao ponto de um indivíduo se tornar invulnerável e incorruptível, mas ela precisa brotar a todo instante na sua alma como uma terra que necessita persistentemente ser arada para se revelar cada vez mais fértil e produtiva.  

A santidade é vivida por qualquer humano honesto enquanto precisa enfrentar os seus altos e baixos, e enquanto tem que lutar a todo momento para ascender nas alturas do amor. Ele terá que viver sempre num esforço incessante para superar as suas derrocadas ocasionadas pelas ilusões do pecado.

Para que essa vida fundada na graça e no extra-ordinário seja possível, portanto, é necessário que plantemos em nosso ser as sementes que farão brotar os frutos do espírito; requer, portanto, de cada um de nós um esforço constante durante toda a nossa existência sedenta por uma razão de viver, esforço esse que nunca pode se evanescer enquanto houver aquele fôlego de vida direcionado para tudo o que há de mais sagrado, diáfano e edificante.