A não preocupação de encarar o desconhecido que existe nos meandros de nosso psiquismo, o qual certamente se oculta no pântano de nosso inconsciente como forma de nos proteger das grandes aflições (uma atitude que às vezes pode ser perigosamente confortável e um tanto quanto infrutífera), acarreta uma certa atrofia de nosso conhecimento de nós mesmos que, por sua vez, dificulta que sejamos mais sábios em quase todos os aspectos da vida e também impede que sejamos ainda melhores em nossas relações interpessoais. Um dos nossos grandes desafios na vida é manter a coerência entre o que achamos que somos em nossa vida particular e social e o que somos realmente nessas esferas, mas não só na perspectiva de outrem, como também em nossa própria perpectiva que vai além das aparências e do senso comum, emergindo um saber a respeito de alguns conteúdos escondidos e ocultos de nossa alma, o qual facilitará a nossa redescoberta e ulterior aperfeiçoamento. O auto-conhecimento é, de fato, a conquista de todo ser humano, cuja necessidade de se redescobrir de forma constante, pode proporcioná-lo a mais perfeita sabedoria que uma vida humana pode alcançar.