O confronto da verdade pode ser a situação mais salutar e libertadora para uma vida que busca ser transformada, mas também pode ser em alguns casos o acontecimento mais desesperador para quem não quer se debruçar com os problemas de sua existência e não quer sentir o choque provocado pelas suas próprias contradições. Pois ante o resplendor implacável desta, qualquer dissumulação ou trama que se escondem nas sombras de uma bela fachada se tornam impotentes, tal como os rastros encobertos da noite sendo evidenciados pela pelo abrasante sol do meio-dia. Quando as misérias são reveladas e descobertas, só restam dois caminhos a seguir, a saber: buscar um novo refúgio numa vida absurda e sem sentido como forma malograda de contimuar tamponando um baraco e, assim, manter escondido da luz o lado mais sombrio da alma; ou, então, andar debaixo dessa mesma verdade a qual tudo vê, sabe, discerne e auscruta, tendo como recompensa a paz da própria vida em sinceridade e o refrigério de ser si-mesmo, ainda que aos olhos de muitos essa atitude valorosa seja vista como uma conduta escandalosa e insensata.