A minha vida, com os seus altos e baixos, vitórias e fracassos, alegrias e tristezas, ilusões e desilusões, derrotas e glórias, foi sem dúvida o meu ponto de partida para desenvolver algumas reflexões pertinentes sobre a existência humana. Foi a partir do meu viver que ergui alicerces de pensamentos e também trouxe à tona a minha sensibilidade poética para ordenar a massa caótica de todas as minhas ideias.

Eu só sou o que sou hoje, sem ignorar as minhas mazelas e sempre salientando as minhas grandezas, porque eu decidi, mediante a coragem de um reconheciemente implacável, mudar a mim mesmo; pois ao olhar para o meu interior, despertei para as minhas reais necessidades que desfizeram as falsas aspirações do meu ser.

Prestando atenção nas minhas vivências, me deparei com as possíveis caminhos que norteiam o nossa interpelação sobre os enigmas da vida, os quais me inspiraram a encarar com maior coragem os dramas metafísicos mais árduos e os absurdos mais inquietantes.

Foi quando olhei para mim mesmo que pude compreender melhor as motivações, anseios e vontades de outrem. Foi quando descobri com profunda evidência as minhas falhas e imperfeições, que aprendi a perdoar as falhas e imperfeições dos meus semelhantes, sempre, é claro, respeitando os meus limites e o tempo para atingir o limiar de uma compreensão mais lúcida sobre tudo o que me afeta.

Só deixei fluir os meus livres pensamentos quando despertei para as minhas potencialidades mais incríveis, até mesmo aquelas mais recônditas; e quando me conscientizei sobre quem de fato eu sou, sem ocultar aquilo que há de mais imperfeito em mim mesmo. Sou também consciente das minhas maiores qualidades, pois foi a maneira mais certeira que encontrei para desarmar qualquer julgamento precipitado e qualquer crítica injusta no que diz respeito a minha própria maneira de ser e de viver.