A razão advinda do iluminismo é a nova mitologia dos tempos modernos, a qual muitos nem sequer querem admitir. E para ela, toda mitologia ou religião propriamenre dita, é simplesmente encarada como um comhecimento de pouco valor. Mas, de modo algum o conhecimento produzido pelo racionalismo mais exacerbado chega a ser um conhecimento superior em relação aquelas sabedorias que procedem das mitologias antigas na sua tentativa de descortinar o desconhecido. As conquistas da razão técnica foram evidentemente fundamentais para o avanço de muitas descobertas, mas o enigma de certos fenômenos ainda intriga as ciências naturais e humanas. É que nem tudo podemos explicar pela razão e tampouco pelos nossos fracos sentidos sensoriais; às vezes, precisamos passar por uma vivência de teor inexplicável, de nível transcendente, para nos darmos conta de que existe algo que está para além de nossa mera capacidade de calcular, medir, prever e controlar. Só assim, portanto, ampliaremos a nossa consciência mediante a intuição de que existe uma ordem diferente dessa ordem ou, quem sabe, vivências numa esfera de transcendência talvez até superiores a essas vivências mais restritas a esfera da imanência, ou seja, a de nossa realidade sensível e circundante.