TEMPO OPORTUNO NA TEMPORALIDADE DA VIDA
Pensando a respeito da temporalidade na minha existência, não são somente os instantes sucessivos os únicos responsáveis para me moldar; não somente eles que agem sobre mim para mudar a dinâmica do meu ser como se eu fosse unicamente alguém passivo nas mãos de um tempo inexorável ou como se eu fosse meramente incapaz de decidir o meu destino na realização de interessantes percursos no meu viver.
Na verdade, eu mesmo posso me transformar e eu mesmo posso me moldar quando me debruço diante dos acontecimentos transformadores do mundo ao meu redor, ou seja, me alimentando de recursos que às vezes sou incapaz de gerir em mim mesmo, como por exemplo, de conhecimentos extraídos das boas leituras, de estados espirituais emanados das preces e meditações, dos resultados de trabalhos edificantes para a vida humana, de inspirações às mais diversas, etc.
Evidentemente, eu também dou uma tonalidade própria em todas as experiências presentes no meu ser, além de ser eu mesmo quem significa as minhas vivências com uma narrativa que se harmoniza com a minha condição e personalidade. Diante de tais particularidades no horizonte da minha própria historicidade, está em minha responsabilidade em lidar com certos fatos da melhor forma possível, a fim não sucumbir ao imobilismo mais paralisante. E também está ao meu alcance decidir o que fazer no meu presente, a fim de ter bons reflexos no meu porvir, nunca desconsiderando as lições aprendidas no meu passado, ainda que seja para não repetir os mesmos erros.
São, portanto, através dos meus atos, escolhas e motivações, sem desvalorizar as minhas possibilidades para o meu fazer e os grandes impossibilitadores de algumas das minhas ações, que consigo fazer a minha própria história dotada de uma característica singular. Mas ela é só plenamente constituída, ou seja, no sentido de retratar a beleza de lições e aprendizados envolvidos para um aperfeiçoamento progressivo (tanto de mim mesmo, quanto de outra pessoa), a partir do momento em que fundamento uma estrutura psíquica sólida e adquiro uma certa integridade para assumir o que eu faço de certo ou errado, de verdadeiro ou falso, sem precisar me fundamentar em desculpas de que eu só fui uma mera vítima de um contexto tão difícil de superar.
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 16/04/2020
Alterado em 01/07/2021