A verdadeira busca do conhecimento nasce de uma paixão que nunca acaba e de inspirações sucessivas que nos faz seguirmos adiante; ela acontece quando descobrimos de antemão o que nos falta em nosso domínio intelectual para então nos aperfeiçoarmos em nosso aprendizado e na semeadura de nosso humilde saber. Sem a consciência da nossa escassez, sem o discernimento acerca de todos os nossos limites, sem o reconhecimento de nossas inquietantes dúvidas e interpelações, sem o desejo incessante que nos mobiliza nessa busca de conhecer, é improvável que conseguiremos avançar em nosso desenvolvimento intelectual. Evidentemente, todo aquele que crê de forma prepotente, inconsciente e  irrefletida já saber de tudo no seu domínio, não tem nada mais para descobrir e desbravar; portanto, também não há mais nenhuma razão de ser na sua elaboração de investigações e pesquisas. Infelizmente, hoje em dia existem muitos intelectuais que agem como se não pudessem demonstrar qualquer resquício de ignorância da área que estudam. Por outro lado, todo aquele que é humilde para confessar o seu ínfimo saber frente a totalidade da vida, do universo e do cosmos e é também corajoso para não desistir diante das dificuldades encontradas no seu amplo caminho, sem mais precisar recorrer a artificialismos intelectuais para impressionar os seus ouvintes e a vaidades que só desconsideram o diálogo com as metodologias de outros saberes (numa postura não-preconceituosa típica de uma mente aberta e de um espírito livre), tem ótimas chances de promover descobertas de enorme valor para a humanidade e de fertilizar os solos do conhecimento humano com as sementes de seu método utilizado, um método que pode ser capaz de ascender uma pequena luz em meio a um oceano de enigmas ainda indevassáveis.