Uma psicologia que faz jus ao ser humano e que presta atenção ao que também não pode ser mensurável (mas que existe de forma latente no indivíduo), seria aquela que busca valorizar todos os aspectos vitais a comporem a sua totalidade, nunca fazendo reducionismos e tampouco desconsiderando os aspectos comportamentais, sócio-culturais, psicofísicos, inconscientes, ontológicos e espirituais do paciente. Uma abordagem que problematiza a vida humana a partir de sua integralidade, sempre tendo em vista o ser humano no seu apelo por ajuda, certamente tem maiores chances de identificar a origem de seus sofrimentos e auxiliar na sua resiliência em meio as vivências angustiantes e traumáticas. Como também, poderá propiciar um espaço para que algumas das nuances de seus problemas pessoais sejam, dentro do possível, desembaraçadas pela própria linguagem do paciente, a qual provavelmente apontará caminhos para que o mesmo enxergue as suas antinomias e conflitos existenciais. Nessas horas, o respeito pela vida através da escuta compreensiva é fundamentável, o que pode levar uma pessoa a um espontâneo encorajamento que fará descortinar os sentidos que podem ser incorporados de forma positiva no seu ser no mundo e no seu ser com os outros, pois ao se sentir compreendido e acolhido, se sentirá mais livre para articular aquilo que parece ser tão difícil de ser desvelado até para si mesmo.