Uma pessoa verdadeira é aquela que reconhece a sua pequenez diante da infinitude mais inacessível aos sentidos e à razão e, ao mesmo tempo, sabe ser ela mesma, ainda que precise confessar o que ela gostaria de ser e não é.  E uma pessoa falsa e enganadora é aquela que, ao manter uma pompa hipócrita, não sabe ser ela mesma, até porque é incapaz de admitir o que ela é apenas para querer ser o que ela não pode ser. A pior forma de ser humano é, sem dúvidas, aquele que adota a mentira como estilo de vida e como modo de ser com os outros, mentira essa que disfarça muito bem os abismos de sua alma quando precisa dar a impressão de bondade aos olhos de outrem e manter uma aparência de seriedade a todos os integrantes do seu mundo circundante. Mas quando é desmascarada, quando é aberto os segredos do seu coração, é impossível para quem descobriu não sentir os abalos profundos da dor da decepção enquanto se descortina toda a grandiosidade de sua covardia, a qual se baseava em não assumir o fracasso mais originário de sua própria existência. Quem age assim só demonstra o quão miserável é a sua vida em todos os sentidos possíveis.