A maior demonstração de ateísmo não é uma pessoa sair proclamando por todos os lados a inexistência de Deus e sim aquele que, em nome de sua divindade, exerce coação, violência e poder de manipulação sobre aquele que não segue a sua suposta religiosidade. A pior maneira de propagar um nada absoluto não é, portanto, a declaração pública da ausência de uma crença no transcendente e na divindade do Deus judaico-Cristão, até porque essa demonstração pode vir carregada de profundos questionamentos, revoltas, conflitos e inquietações quanto a existência de valores eternos em face de tanta perversidade humana. Ela é, antes de tudo, a afirmação de algo que nega a liberdade de um ser humano de ser ou não-ser, de participar ou de não participar de um determinado destino e aventura de ordem espiritual.