UM OLHAR INDAGADOR
Onde encontrar aquele amor cantado
Pela lírica de tantos poetas,
Pela voz de tantos bons cantores
E pelos apaixonados de toda espécie?
Onde podemos descobrir a verdade das almas
Num mundo onde todos parecem indiferentes
A presença do outro
Com todas as suas incógnitas
E uma história tão pouco acessível e narrada?
Onde sonhar em meio a correria exagerada
Nas cidades convulsionadas
E em meio a competição predatória
De quase todos contra todos?
Onde estão os abraços mais autênticos,
Os beijos de amor que jamais morrerão na memória
De duas almas em laços perpétuos de união
E as palavras que brotam de um coração
Transformado pela ternura e pela compaixão?
Estranho ainda poder sentir na alma
A urgência de fazer tais indagações
Quando tudo parece óbvio demais;
Sentir admiravelmente no meu íntimo
As rosas dos meus sonhos ainda germinarem
E o sol da minha esperança
Motivar um olhar mais brando para o meu amanhã.
Estranho não encontrar em quase ninguém
O abrigo de um olhar sincero
Para a vinda de um diálogo sem reservas
E sentir toda a solidão
Pesar no íntimo mesmo estando
Rodeado de tantas pessoas animadas e eufóricas.
Mais estranho ainda é ser uma alma
Que ainda canta a beleza da vida
Num tempo propício
Ao declínio da autenticidade dos seres
E ao progressivo esfriamento
Do amor nos corações.
Mas não importa
Para quem foi segurado nas redes da verdade
A operar uma grande revolução no meu ser
E para quem tem grande necessidade
De contribuir para o despertar
Da luz da humanidade nas almas.
Não importa manter a inquietação
E a preocupação com a verdade
Para quem ainda vive das inspiração da poesia
Com a sua força transformadora,
E com uma oração no mais profundo da alma
Em prol do renascimento
Na vida de todos aqueles que já não encontram
Forças para lutar e vencer
Nas solidões desse mundo caótico.
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 18/10/2020
Alterado em 18/10/2020
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