Quero estar longe de toda essa indigência
De seres sem coração e que, na sua decadência,
Vivem aprazivelmente o seu mundo vazio
E opaco de toda simplicidade e brio.

Quero estar longe de toda essa superficialidade,
Ela que é tão carente da fortaleza da verdade!
Pois na minh'alma há um anseio profundo de paz
E por uma eterna alegria que esse mundo não traz.

Eu desejo como um castelo de areia me desfazer,
E como uma sombra evanescente para jamais conhecer
Tamanha desilusão afligindo qualquer ser vivente.

Mas depois ressurgir numa pureza que desconhece
Toda a maldade que a cada dia cresce
Para deixar a vida mais enfraquecida e doente.