O que sempre deve existir, ainda que a verdade doa, é a sinceridade entre ambas as partes numa relação. Com isso, evita-se qualquer ilusão e falsa consciência que faz com que o outro acredite numa narrativa que não condiz com os fatos; e ainda propicia a oportunidade para uma vida se aprimorar no seu ser. Mas, infelizmente, as pessoas preferem viver das suas meias verdades, do que de verdades completas; de suas covardias cotidianas e da defraudação do próximo, do que de um gesto louvável de solidariedade ao outro; de suas conveniências e prioridades, do que de uma verdadeira entrega suficientemente forte para nascer o amor e o companheirismo. É por conta dessa superficialidade em escala quase generalizada, que as relações humanas estão tão deterioradas, rumando a cada dia que passa para o eclipse de uma total estagnação dos valores mais elevados nos corações humanos. Esse é o preço que o homem civilizado tem pagado por deixar a verdade de lado para viver no conforto de um engano condizente aos seus caprichos e falsas necessidades.