O encontro (en-com-o-outro) é a arte sublime de duas almas que se abraçam em seus voos de amor, de amizade e de paixão, deixando que o valor das coisas mais simples e mais essenciais possam sempre aprimorar a vida com-partilhada.

O encontro é o prazer de estar com o outro em liberdade admirável de espírito, permitindo que o mistério do coração de cada um possa se revelar de maneira livre e espontânea.

O encontro é uma maneira de se aproximar da verdade de um ser respeitosa e compreensivamente, onde o que está em jogo é a perpetuação de um laço profundo de cumplicidade e lealdade.

O encontro é o poder ir-além dos limites do próprio eu; e, então, alcançar o coração de outro ser com os recursos do diálogo, da amizade, do amor, da compreensão, da solidariedade e de uma incessante procura pelo que pode enriquecer o ser mediante a aventura da convivência e também da co-existência.

É a conquista de um verdadeiro encontro ou, o que dá no mesmo, é a evolução da vida mediada pela comunhão da intersubjetividade, que possibilita transcendermos as nossas insuficiências para conseguirmos obter um fortalecimento e atingirmos a serenidade na vida a dois.

Jung já dizia num de seus artigos sobre psicoterapia que o encontro de duas personalidades se assemelha ao contato de duas substâncias químicas e que se uma reação ocorre, ambas as partes são transformadas. Certamente, o encontro é que dá a tônica dessa reação química; e com o tempo, pode favorecer o surgimento das sucessivas transmutações operadas no ser e no íntimo de cada um.  Só quem conhece a verdade da intimidade, sabe o quanto pode surgir novas realidades no interior de cada ser e as mais renovadas maneiras de ser e de viver.