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Poesias, ensaios e reflexões de Alessandro
O segredo da existência humana reside não só em viver, mas também em saber para que se vive. F. D.
Textos
EM FACE DOS ACONTECIMENTOS ATUAIS
Vivemos hoje em prisões mentais baseadas no medo dos últimos acontecimentos e dos sinais mais aterradores inoculados sem cessar pelas mídias, redes sociais e formadores de opinião. Num mundo cada vez mais controlado pelas exigências sem fundamento, o temor da morte eminente e da catástrofe não poderiam ser mais preponderantes, induzindo comportamentos ilógicos sob uma máscara de cientificidade e coerência, e obsessões que impedem a espontaneidade da vida.

Em vista desses acontecimentos aterradores, quantos estarão dispostos a refazer as suas vidas com as alentadoras aptidões da solidariedade, da compaixão e da verdade? Quantos estarão dispostos a arrancar todas as suas velhas roupas de pânico, saindo de uma vida cada vez mais sem sentido, para ornamentar as suas almas com a obtenção de novos conhecimentos que podem ajudar a encarar a vida de forma mais leve e prazerosa?

Pois quem sabe, porventura, possam adquirir formas mais renovadas de ser e de pensar a vida mediante a tenacidade de uma coragem que já não teme a morte.

Por fim, quantos estarão dispostos a viver na serenidade, a qual é responsável por ajudar a cada um na descoberta de sua missão no mundo, em vez de sucumbir lentamente a um sofrimento paralisante e desnorteador?

Hoje, as normas são a recomendação insistente da não aproximação entre seres próximos e também o estímulo exagerado da interação mediada pelos aparatos tecnológicos, os quais criam formas diferenciadas de percepção da realidade e outras alternativas para a dinâmica dos relacionamentos humanos sob o pretexto de se manter a segurança e a proteção, como se a empatia fosse o motor que move os tecnocratas poderosos da terra: sem dúvida, os grandes financiadores desse condicionamento social em larga escala.

Viver é, de fato, sempre um grande risco. Mas entre a coragem e o medo, entre a liberdade de uma existência que preza pelo estar com o outro e uma escravidão que opta pelo isolamento, entre o amor que aproxima os diferentes e a indiferença que confina o ser nos seus limites, o que está sempre em jogo é a escolha ou não da vida diante de uma realidade responsável por conduzir a humanidade ao esvaziamento de sua mais plena razão de existir.
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Que sejamos, pois, resistência em nossos modos de ser diante desse impedimento camuflado de seriedade, manifestando sempre aquele amor pelas coisas mais verdadeiras e simples da vida!
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 08/12/2020
Alterado em 08/12/2020
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