EM FACE DOS ACONTECIMENTOS ATUAIS
Vivemos hoje em prisões mentais baseadas no medo dos últimos acontecimentos e dos sinais mais aterradores inoculados sem cessar pelas mídias, redes sociais e formadores de opinião. Num mundo cada vez mais controlado pelas exigências sem fundamento, o temor da morte eminente e da catástrofe não poderiam ser mais preponderantes, induzindo comportamentos ilógicos sob uma máscara de cientificidade e coerência, e obsessões que impedem a espontaneidade da vida.
Em vista desses acontecimentos aterradores, quantos estarão dispostos a refazer as suas vidas com as alentadoras aptidões da solidariedade, da compaixão e da verdade? Quantos estarão dispostos a arrancar todas as suas velhas roupas de pânico, saindo de uma vida cada vez mais sem sentido, para ornamentar as suas almas com a obtenção de novos conhecimentos que podem ajudar a encarar a vida de forma mais leve e prazerosa?
Pois quem sabe, porventura, possam adquirir formas mais renovadas de ser e de pensar a vida mediante a tenacidade de uma coragem que já não teme a morte.
Por fim, quantos estarão dispostos a viver na serenidade, a qual é responsável por ajudar a cada um na descoberta de sua missão no mundo, em vez de sucumbir lentamente a um sofrimento paralisante e desnorteador?
Hoje, as normas são a recomendação insistente da não aproximação entre seres próximos e também o estímulo exagerado da interação mediada pelos aparatos tecnológicos, os quais criam formas diferenciadas de percepção da realidade e outras alternativas para a dinâmica dos relacionamentos humanos sob o pretexto de se manter a segurança e a proteção, como se a empatia fosse o motor que move os tecnocratas poderosos da terra: sem dúvida, os grandes financiadores desse condicionamento social em larga escala.
Viver é, de fato, sempre um grande risco. Mas entre a coragem e o medo, entre a liberdade de uma existência que preza pelo estar com o outro e uma escravidão que opta pelo isolamento, entre o amor que aproxima os diferentes e a indiferença que confina o ser nos seus limites, o que está sempre em jogo é a escolha ou não da vida diante de uma realidade responsável por conduzir a humanidade ao esvaziamento de sua mais plena razão de existir.
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Que sejamos, pois, resistência em nossos modos de ser diante desse impedimento camuflado de seriedade, manifestando sempre aquele amor pelas coisas mais verdadeiras e simples da vida!
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 08/12/2020
Alterado em 08/12/2020
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