Carrego em mim um vasto universo...
Em mim dorme sementes de vontade
Que deixei esquecidas há algum tempo,
Mas que só estão prontas para brilhar
O seu fulgor inspirador na minha vida.

E há também carcaças de ideias perdidas pelo tempo
Em minh'alma onírica e saudosista,
As quais busco transformá-las
Com o amalgama de outras ideias inspiradoras
No ouro de novos pensamentos
Livremente nascidos.

Ante as minhas necessidades espirituais,
Despertou em mim uma energia
De conhecer um universo de mistérios e saberes;
E desvendar durante uma vida
Tudo aquilo que pode dar significado ao meu viver.

O meu mundo é imenso como um céu
Cheio de estrelas sem fim...
E ao mesmo tempo existe no meu ser
Uma simplicidade que impede
Qualquer punhal de ambição
Ter maior autonomia na minha existência.

Em mim há uma fecundidade de ideias,
Memórias, gostos olfativos, sabores,
Poesias e prosas sublimes.
Gosto de versejar mesmo quando estou preso
Na rotina fria do dia a dia
E sonhar no meio da correria e das urgências.

Levo comigo o gosto agridoce da sinceridade
E da intensidade daquilo que amo sem temor.
E, como um monge
Ou um estranho e meditativo andarilho,
Cultivo profundidades nas minhas divagações
E alturas nos meus voos filosóficos e poéticos.

Sou como um límpido rio na demonstração
Dos meus sentimentos mais elevados
E semelhante a uma floresta de mistérios
Nas minhas atitudes às vezes
Escassamente incompreendidas.

Há em mim sonhos possíveis e talvez até impossíveis
Que iluminam os meu anseios mais profundos;
E uma soma de inspirações que,
Quando desperta de seu sono,
É implacável e potente
Como as águas revoltas de um mar impetuoso.

Eu sou uma alma repleta de amores
Que infundem verdades nos meus modos de ser.
Mas em mim há também
Ondas revoltas contra o que é injusto e impiedoso
Como as vagas violentas do oceano
No seu ir e vir, no seu fluxo e refluxo alucinante.

Muitas vezes já fui um abismos de incertezas
E pairei e ainda pairo em nuvens de pensamentos
Que inquietaram e inquietam a minha existência.
Mas sempre que posso me delicio na serenidade
De uma oração profunda e sincera.

Sim, na minh'alma prevalece, seguramente,
Uma candeia de transcendência
Que faz vibrar as suas cordas
Repletas de sentimento religioso.
Exalo em mim o perfume
De uma canção de súplicas e exaltação entoada aos céus
Em gesto de admirável reverência e respeito.

No meu coração, há chamas de poesia
Que incendeiam a minha sensibilidade.
Mas nas minhas relações com pessoas insólitas para mim,
Deixo, infelizmente, transparecer um silêncio sepulcral
Que transmite uma leve timidez
E uma certa reserva que pouco
Abre as portas do meu coração.

Com os mais achegados,
Consigo irradiar uma alegria de ânimo
E um vigor maior na minha empolgação
Para dizer com mais liberdade e espontaneidade
O que sinto, vivo, penso e sonho.
Sou afeito a qualidade das amizades mais autênticas
Que sempre prezam pela reciprocidade e pela compreensão.

Sou uma síntese de paixões e amores etéreos,
De nostalgia pelo elevado e de saudades
Por aquilo que já passei e...até por aquilo que nunca vivi!
Gosto de viver seguro na exultação do amor
E em situações onde existe verdade e honestidade
Possíveis graças a oportunidade
Que faz gerar uma abundância
De bons sentimentos envolvidos.