Despertar a criança que temos dentro de nós mesmos, é encontrar um caminho novo na vida mediante a simplicidade, vivendo no olhar da contemplação das pequenas coisas da vida e no cheiro do perfume das situações aprazivelmente singelas. É, também, descobrir o nosso potencial criativo, a nossa espontaneidade, a nossa inocência a muito tempo perdida, a nossa sinceridade, a nossa candura e o nosso dom de amar que já não consegue economizar sorrisos para quem nos agrada. Enfim, é manifestar a paixão pelo novo e por tudo aquilo que traz um ar de doçura, jovialidade, delicadeza e pureza, sem mais viver de malicias destrutivas e orgulhos feridos. Ser como uma criança é resgatar um aspecto de nossa alma que a sociedade corrompeu pelo vício de homens gananciosos e desonestos, de homens absortos em toda sorte de depravações e escândalos. Só dessa forma é que podemos ver a beleza na singela manifestação da natureza e na riqueza de um coração íntegro e verdadeiro. Não há nada mais valioso para o ser humano do que desenvolver a aptidão para o lúdico através da arte, do amor, do abraço e de uma perfeita demonstração de afeto e ternura. Não há nada de mais profundo numa vida humana do que ter na alma a sabedoria de uma criança na sua predisposição para aprender a cada dia mais todos aqueles conteúdos que edificam o seu ser e extasiam a sua alma; e para crescer numa considerável renovação do seu élan vital e no vigor da sua mais autêntica espiritualidade.