Um bom poeta é um excelente observador da natureza, da diversidade da vida, dos processos árduos enfrentados por cada ser humano, das situações da alma, do ser e do mundo. Ele sabe bem enxergar nas manifestações anímicas eventos análogos ao que acontece com os ciclos dos seres vivos, com os sinais vistos no cosmos, com as estações do ano e com os inúmeros fenômenos presentes nos grandes ecossistemas. Todo grande poeta, assim como os grandes profetas, têm um dom incrível de ler as letras dos sinais dos tempos e de perceber a beleza na criação de Deus; além do mais, é dotado de uma sensibilidade para enxergar mais longe do que qualquer situação alienante, valorizando a ética mais louvável dos homens de fé e os verdadeiros gestos de gratidão e louvor. Basta unicamente a força do seu pendor lírico e dos seus arroubos poéticos para desvelar as complexidades das situações-limites da vida e as simplicidades dos gestos mais etéreos e autênticos. Existe algo de poeta em todo aquele que sabe contemplar o belo sem precisar de nada mais do que a própria presença do sublime que arrebata os sentidos e do que os sopros da vida ao seu redor. E há poesia, certamente, em tudo aquilo que evidencia o ser nas coisas singelas da existência e na plenitude das verdades da alma.