A sabedoria mais importante da vida é resplandecer a consciência de quem eu sou e do que eu estou fazendo da minha existência, deixando claro para mim mesmo quais são os meus abismos e o que consiste, efetivamente, as minhas maiores capacidades ou potenciais transformadores para fazer a diferença no mundo. E quanto ao que o outro diz, ao que o outro fez comigo de reprovável e prejudicial (por mais doloroso que seja), só pode dizer respeito unicamente a esse outro tão impermeável a minha compreensão, até porque ele é o único responsável pela sua própria escuridão, e nunca aquele que provou o veneno da incoerência e desumanidade de seu agressor/ofensor. Na verdade, o perdão surge justamente para colocar essa separação que me desvincula, que me liberta, da fatalidade de sofrer indefinidamente os danos que determinado ser humano me causou, como se as ofensas desse estranho (que confronta a minha ética pessoal) não tivesse a  força para se sobrepor a minha integridade, trazendo à tona a necessidade de não permitir que as negatividades de outrem destruam e desvirtuam a minha vida e a sua preservação. E a humildade, por sua vez, é a melhor maneira de corrigir os meus erros mais grosseiros quando me dou conta de que eu mesmo posso ser aquilo que outrora eu não pude ser como gostaria, ser mais cuidadoso comigo mesmo do que em outros tempos, sem que as ameaças de alguém impeçam que os meus sonhos e projetos floresçam no campo da minha existência.