CONHECIMENTO: UMA BUSCA INTERMINÁVEL
Somente conseguimos nos mover em busca de certos conhecimentos porque eles estão de nós ausentes ou é para nós insuficientes. E, muitas vezes, chegamos a ser até mesmo ignorantes sobre quem somos, o que é a existência, o além, a alma e o mundo em que vivemos. É, portanto, uma tolice viver como se um dia pudéssemos saber de todos os conteúdos que estudamos em profundidade, quando na verdade deveríamos ser humildes para reconhecer que quase nada entendemos e saber, tal como Sócrates fazia muito bem na sua sabedoria cheia de ignorância e ceticismo, que nada sabemos.
Se não fosse assim, certamente viveríamos satisfeitos no que diz respeito ao nosso entendimento da vida e sem sede de qualquer mudança interior. Seríamos, pois, plenos de nós mesmos e orgulhosos de nossa sapiência extremada, o que, evidentemente não acontece conosco! De fato, toda falta motiva uma busca, uma caminhada, uma jornada em busca de algo que alimente e supra os anseios de nosso ser, aprimorando a nossa capacidade cognitiva e espiritual para novos recomeços e empreitadas.
Para falar a verdade, precisamos não somente de boas leituras para enriquecer o nosso vocabulário e as nossas ideias, mas também de experiências práticas para fortalecer o nosso entendimento mais amplo da vida, sejam elas boas ou ruins.
Às vezes, o propósito do sofrimento vem a preencher uma lacuna; ou seja, o desígnio de nos dar justamente uma abundância de vivências que não encontramos em nenhum outro lugar, cuja finalidade é a sabedoria prática em meio aos longos processos de nossa existência. E, obviamente, há um propósito para a alegria. De fato, uma exultação arrebatadora pode certamente nos ajudar a sentir uma epifania, um êxtase ou uma riqueza de maior plenitude na alma, propiciando e resgatando o prazer de viver que tanto precisamos no decorrer de nossa jornada existencial.
Como tudo na vida é aprendizado, como tudo o que realizamos e fazemos traz uma profusão de conhecimento e de autoconhecimento, chegamos a conclusão de que nesse curto intervalo que é a vida, como já dizia Schopenhauer a respeito de sua fugacidade, somos obrigados a reconhecer que somos muito ínfimos perante a totalidade de todos os entes e, ao mesmo tempo, privilegiados quando somos também capazes de admitir que temos muito o que saber e aprender em meio ao infinito universo do cosmos, da vida e da alma.
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 26/09/2021
Alterado em 27/09/2021