Ser mais forte do que a minha própria condição, como já havia pensado Camus, é ter dentro de mim todos os motivos para ser uma pessoa fria e sem qualquer senso de justiça e dignidade humana, e mesmo assim fazer o oposto do que as mazelas da vida ensinam de forma tão terrível. A maior das liberdades é eu ser, com todas as forças do meu ser e a energia de uma fé renovadora, alguém que decidiu não se tornar como os demais unicamente porque é mais confortável e seguro para uma ''boa aceitação social''. Pelo contrário, em vez de eu ser como o que o outro me diz e me determina, em vez de viver em resignada conformidade com o jogo sujo do meio em que eu vivo, lutar para ser eu mesmo com as minhas próprias considerações, ideias e entendimentos do mundo, da vida e da existência; como também, conseguir de forma corajosa me alicerçar de criatividade e sabedoria para manter o triunfo de minha integridade pessoal e para não deixar morrer a fonte do amor e da verdade desde o mais profundo do meu ser até a minha superfície, fonte sobre a qual eu possa estabelecer uma conexão, uma religação e uma aproximação, fazendo então com que eu descubra o sagrado e o divino no meu coração. Quem sabe, a partir desse esforço heroico, eu consiga obter a melhor compreensão do que é ser a própria imagem e semelhança desse ser divino que habita em mim, mesmo havendo tão pouco incentivo humano para isso?